Apresentação

Projeto TV UENF / Jornal Universitário

Unidade de Execução:

UESI/Unidade Experimental de Som e Imagem

LEEA/Laboratorio de Estudos do Espaço Antrôpico

CCH/Centro de Ciencias do Homem

Endereço eletrônico do projeto

Site:http://www.uenf.br/index.html/jornalonline

Email : jornaluenf@uenf.br

Telefone: (22) 2739 – 7284

Equipe

Coordenação Geral

– Prof. Marcelo Carlos Gantos

mgantos@uenf.br

Coordenação Técnica

– Luiz Carlos dos Santos Pires

pires@uenf.br

Jornalista responsável

– Prof. Sergio Arruda Moura

arruda@uenf.br

Equipe técnica

– Cristiano Paulo de Araújo

cpaulo@uenf.br

– Fellipe Luna da Silveira

fellipe@uenf.br

Bolsistas :

– Leandro Florêncio

– Ígor Bezerra

– Denilson de Souza Geraldo

– Nayara Seabra

– Jéssica Mulinari

Apoio
COMULT/ASCOM
FAPERJ

Campos dos Goytacazes

2006

“O imperativo básico que enfrentamos é o de definir a correspondência desejável entre a civilização emergente e a universidade necessária” Darcy Ribeiro

1. Considerações gerais:

Atualmente testemunhamos uma poderosa “manobra estratégica” de transferência no meio técnico-científico, uma violenta onda migratória para os novos meios e serviços eletrônicos na produção, gestão e comunicação do conhecimento, situação que implica o planejamento de uma grande operação de re-transcrição de hábitos, saberes e instituições.

Este vertiginoso momento que vivenciamos todos, nos impõe como condição para a sobrevivência profissional e institucional, dentro da Universidade, a urgente tarefa de adaptação e reconfiguração dos nossos saberes, domínios, estruturas e práticas cognitivas e comunicativas adaptadas às novas possibilidades abertas pela ‘globalização’ e o surgimento da “sociedade da informação”[1] como contextos de significação de nossas ações políticas e culturais.

O fenômeno conjuntural que nos atinge – se bem que recente, explosivo e embrionário – promove institucionalmente, no âmbito acadêmico e do poder ‘local’, inúmeras situações de conflito que vão no plano pratico da crise de produtividade à recorrentes situações de impasse, colocando indiretamente em discussão algo de suma importância: a urgente necessidade de encarar o “remanejamento” decisivo dos processos institucionais de gestão e comunicação do conhecimento, com tudo o que isso implica em seus diversos níveis.

A atual situação da Unidade Experimental de Som e Imagem é a prova unívoca da magnitude e o alcance fulminante deste processo paradoxal de desencaixe e assimilação desta mudança, evidenciado na urgência de adequação da Universidade aos novos tempos e paradigmas de ação, hoje definido a priori mediante a necessária migração da base sócio-tecnológica associada ao ajuste programático do contexto produtivo e comunicativo da Universidade.

2. O cenário tecnológico

Nos últimos cinqüenta anos, a eletricidade, aliada aos avanços da eletrônica (indústria eletroeletrônica), geraram mudanças inéditas na história da humanidade. As máquinas de comunicação desenvolvidas configuraram médios de comunicação cujas características principais são as seguintes:

– alcançam cobertura global a escala planetária na transmissão e recepção de mensagens;

driblam controles das sociedades nacionais e conformam redes mediaticas transnacionais;

– difundem mensagens de forma unidirecional orientados à espectadores passivos;

– tratam a informação como espetáculo (infotainment) desconsiderando o real;

– complexificam o modelo de acesso ao conhecimento, agora mediatizado fortemente pela presença da imagem e a tela, onde o real e substituído pelo virtual

– alteram as dimensões de tempo e espaço, modificando as percepções e representações da realidade.

Assim, a partir da influência direta destes fatores, resumimos quatro novos elementos, a nosso ver, responsáveis pela mutação comunicacional em curso:

· a coexistência dos sistemas: o ser humano, o computador e a rede, que ficam artificialmente unidos e signados pela potencialidade da interatividade;

· o fluxo direto de imagens mediatizadas que invadem nossa imaginação, perdendo todo sentido e unidade cultural;

· instantaneidade (via tecnologias numéricas digitais) ou a supressão do tempo e distâncias, substituindo a experiência real pela simulação virtual.

· a confluência mediátiaca representada pela proliferação e conectividade de novos meios e suportes de transmissão e comunicação de sinais.

Esta complexa realidade que compartilhamos, somatória de tendências e mudanças tecnológicas e sociais, delimitadas para nós particularmente à esfera da produção e disseminação do conhecimento e a cultura, nos indica que vivemos imersos num período histórico de redefinição da sociedade.

Como sobreviver a ela? Quais são os desafios e estratégias que dispomos para enfrentar o futuro?

Na medida em que o fortalecimento da democracia, a justiça social e o desenvolvimento humano são valores universais a preservar, as possibilidades de êxito serão a resultante da capacidade que demonstre cada segmento da sociedade para modernizar-se endogenamente, isto é, desde seu interior, respeitando e enobrecendo suas particularidades culturais e sócio-ambientais.

Neste novo contexto em consolidação, denominado como “sociedade do conhecimento”, o poder está vinculado principalmente à capacidade de gerar informações, alternativas comunicacionais e à idoneidade dos agentes e instituições envolvidas para administrar uma gestão adequada de recursos que leve em conta as necessidades reais de cada segmento.

A informática aliada o vídeo, como modo de produção audiovisual e a TV como meio de comunicação de massa se consolidam numa convergência mediática revolucionaria que a coloca como as ferramentas privilegiadas da instrumentalização eletrônica dos processos centrais do conhecimento contemporâneo: ensino- aprendizagem, capacitação, formação e informação sócio-cultural da população e exercício da cidadania contemporânea.

Três grandes territórios de atividades formam atualmente a indústria da informação: a) a informática, b) as telecomunicações (que juntas constituem a telemática) e, por último, c) o audiovisual.

Os que analisam as práticas vinculadas a esta indústria classificam as competências de cada área segundo o critério do “saber fazer”, correspondendo cada um deles a três domínios independentes, embora complementares: o da criação de imagens e sons, o do tratamento numérico da informação e o da difusão. A produção audiovisual, incorporada à indústria da informação, desponta como uns dos campos de maior crescimento e importância das novas tecnologias.

Alguém já enunciou que a civilização democrática somente se salvará se conseguir fazer da linguagem da imagem uma provocação à reflexão e não apenas um convite à hipnose. Este objetivo consiste no maior desafio político e pedagógico para nós professores, comprometidos com o desenvolvimento humano e a emancipação social através da educação.

Nesse cenário as ciências humanas, pelo seu caráter discursivo e suas pretensões hermenêuticas, se apresentam ainda como espaços pouco abertos à implementação rápida de novas abordagens metodológicas que privilegiem a aliança do suporte informático e o domínio audiovisual como mídia, linguagem e discurso apto para gerar e comunicar conhecimento e cultura. No entanto, as recentes tendências e indicadores assinalam um futuro promissor para estas novas mediações e processos de re-configuração de saberes.

Os motivos desta lenta assimilação do vídeo e a TV ao universo acadêmico são vários e envolvem diferentes níveis de discussão. Em principio, podemos citar do ponto de vista curricular a ausência de disciplinas específicas integradas aos planos de estudo das humanidades e as ciências tradicionais no Brasil, o que converte a todos os que incursionam nestes territórios imagéticos e de convergência mediatica em verdadeiros “aprendizes de feiticeiros”. Numa outra escala podemos destacar, também, a falta de infra-estrutura adequada e financiamento específico para a prática audiovisual dentro das atividades das universidades e, sobretudo, a carência de professores pesquisadores capacitados nesse segmento de produção audiovisual e aptos para operacionalizar essa interface entre teoria e prática. Nos referimos aqui à ausência de profissionais flexíveis e integradores destes saberes e praticas que estejam inseridos e prontos para gerar a demanda de recursos, ações, projetos, instruir e organizar atividades e discutir os fundamentos desse verdadeiro “domínio”, que se constitui, pelas forças que envolve, numa atividade coletiva, solidária e de enorme projeção para o consolidação da Universidade futura.

Foi assim que, partindo destas constatações e convencidos da importância e qualidade do processo e dos resultados possíveis de serem obtidos através da convergência mediatica aplicada à incorporação e uso regular do vídeo na pesquisa, na produção de estoques de informação cientifica–tecnologica e acervos documentais, no campo da docência superior e na interface produtiva de materiais educativos, que se estruturou a proposta de reestruturação produtiva da Unidade Experimental de Som e Imagem e sua resultado imediato:o projeto de criação do Canal de Televisão Universitário e do Jornal Universitário via INTERNET configurados como o espaço privilegiado da convergência mediatica ao serviço da comunicação e desenvolvimento humano comunitário e fundamentalmente pensada como alavanca política para o estabelecimento do processo de reconstrução e re-significação da esfera publica como um novo e potente espaço de cidadania.

A viabilização deste projeto inexoravelmente, abrirá caminho para o surgimento de novas vocações, ações conjuntas e projetos, potencializando, mobilizando e reciclando a capacidade técnica e criativa da população da universidade no planejamento e desenvolvimento de novas estratégias e práticas cognitivas e sociais que nos possibilitem avançar e melhor prepararmos para enfrentar os atuais desafios educativos provenientes da virtualização[2] dos processos cognitivos, informativos e comunicativos do mundo globalizado.

Este novo perfil pretendido de gestão do conhecimento, da informação e comunicação facilitará a comunidade da UENF em curto prazo, uma maior sintonia com as demandas dos processos globais de “virtualização” da Educação Superior, inscritas nas agendas governamentais e políticas de fomento das agências internacionais para as próximas décadas, assim como, no âmbito local-regional nos possibilitará consolidar a liderança na direção deste processo crucial para o desenvolvimento humano da comunidade

A atual possibilidade de re-criação do ambiente técnico–científico da universidade via consolidação do Projeto do Jornal Univeristario On line favorecerá, paralelamente, uma melhor interação prática da UENF com outros centros e, sobretudo, o desenvolvimento prático de novas capacidades críticas preparadas para a exploração sistemática e o uso aplicado de técnicas inovadoras de informação, comunicação, pesquisa, documentação, informação e comunicação científica no campo educativo e da produção cultural.

3.A importância estratégia do Jornal Universitário

A implementação e desenvolvimento deste projeto de comunicação eletrônica criará dentro da UENF, e sobretudo no CCH, as condições e princípios necessários para a futura concepção, elaboração, administração e disseminação de conteúdos e repertórios documentais exclusivos[3] em outras formas e suportes de mídia. Do ponto de vista pedagógico a criação paralela da TV Universitária deverá possibilitar, no curto prazo, um movimento interno de re-desenho curricular de novas competências apoiadas na prática de registro e processamento digital de imagens, no uso das redes telemáticas e os diversos sistemas e suportes de comunicação que definem um novo horizonte de ação e pensamento pedagógico determinado pela confluência mediática.

A repentina crise institucional do canal universitário (que permaneceu no ar durante um ano veiculado através do canal 16 da operadora local de TV por assinatura Adelphia Via Cabo) que determinou a suspensão das emissões em agosto de 2003, nos levou a buscar formas alternativas, independentes e inovadoras para dar continuidade a nosso trabalho. Foi esse contexto critico que nos estimulou à buscar a maneira de dar continuidade ao projeto. A solução encontrada surgiu mediante o apelo a uma re-conversão e adaptação do projeto baseada, fundamentalmente, na adoção de novas estratégias de comunicação associadas as novas tecnologias disponíveis e aos saberes e vontades de cooperação disponíveis na UENF.

O cenário da origem do projeto do JUOL esteve marcado necessidade de superação de uma conjuntura adversa

O modelo adotado foi baseado no conceito de“convergência mediatica”, isto uma tendência que valoriza a opção pela conjunção do modo de produzir da televisão + suporte da informática + Internet

Estratégia: uso da criatividade conhecimento e cooperação e disposição do grupo

Ferramentas: REDE + instrumentação eletrônica audiovisual + novas tecnologias da comunicação

4.Perspectivas imediatas

consolidar a experiência em andamento do Telejornal Universitário ampliando suas formas de difusão mediante a versão on line e propiciando transmissões ao vivo desde nosso estúdio;
estabelecer uma parceria com o GRC e outros interessados na experiência;
disponibilizar o produto via INTERNET através da rede interna da universidade.

Observação

Todas as etapas de produção das matérias divulgadas são produzidas integralmente pelos alunos na UENF.
(pesquisa previa, marcação de entrevistas, preparação de pautas, gravação, edição, redação, publicação e disponibilização na pagina Internet )

5.O TELEJORNAL ‘AO VIVO’

OBJETIVO
Estabelecer uma forma alternativa de se fazer televisão universitária através da rede via telejornalismo universitário;

potencializar a criatividade e o exercício cotidiano da cidadania mediante o fomento ao direito a informação;

desenvolver novas linguagens e formas de comunicação que possibilitem fazer uma experiência de jornalismo universitário livre, menos formal, nem por isso menos correto

A próxima etapa do projeto de implantação gradativa da TV UENF visa contemplar a etapa onde alunos apresentam, redigam e dirijam a realização do telejornal ‘ao vivo“, ampliando a cobertura de noticias com notícias locais, nacionais e internacionais.

A proposta é que o “Telejornal online” seja produzido integralmente dentro da UENF e transmitido ‘ao vivo’ diariamente desde nosso estúdio da UESI – LEEA

Ponto de chegada desta etapa é a consolidação das experiências online de transmissão do grupo e a disponibilização e acessibilidade no site do acervo de conteúdos produzidos pela UESI.

A formulação de uma proposta de grade para ampliação das atividades e consolidação progressiva da Televisão Universitária Via Internet

5. Considerações finais

O Jornal Universitário On line é o embrião da nova televisão da UENF. Ele é o primeiro telejornal universitário da região e consiste numa iniciativa de mídia independente produzida desde a UESI que busca oferecer ao público da UENF um novo suporte de acesso e conteúdos de informação cientifica, acadêmica e de atualidade local e regional isentos e de qualidade, aspirando a contribuir mediante a informação para a construção de uma sociedade mais consciente, responsável e igualitária.

NO ar desde o ano de 2002, paralelamente com o nascimento do canal universitário de televisão em Campos, o JUOL vem sendo produzido com sucesso crescente e de forma independente pelo grupo de técnicos e estudantes (inscritos, bolsistas e voluntários) vinculados a Unidade Experimental de Som e Imagem.

O JUOL quere se tornar um espaço de comunicação universitária de caráter interativo com a sua comunidade, constituindo a alavanca do processo de implementação da televisão universitária dentro da UENF a partir da construção de uma alternativa consistente à mídia empresarial que, freqüentemente, esquece o mundo da ciência, da educação e do conhecimento e a cultura, recortando a realidade, distorcendo fatos e apresentando interpretações de acordo com os interesses dos grupos hegemônicos da sociedade e os valores da sociedade de mercado.

A ênfase da cobertura esta dada sobre o “mundo universitário”, enfatizando a pesquisa e a extensão assim como também os movimentos sociais locais, particularmente, os “novos” movimentos de ação direta, suas lutas e reivindicações.

O Jornal On line se encontra inserido e disponibilizado na estrutura do site da UENF na internet. Este fato permite que qualquer cidadão com recursos informáticos tenha o acesso aos textos, vídeos, sons e imagens produzidos pela UESI tornando-se um meio democrático e descentralizado de difusão de informações produzidas na Universidade Estadual do Norte Fluminense .

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[1] Este projeto foi inspirado nas estratégias elaboradas para os países em desenvolvimento para o período 1996-2001 pelo Advisory Group on Information and Comunication Technologies da UNESCO. In: “UNESCO and An Information Society for All. A position paper”, Paris, UNESCO, may-1996.

[2] A “virtualização” consiste na representação eletrônica e digital de objetos e processos que encontramos no mundo real. No contexto da Educação Superior, a virtualização pode compreender a representação de objetos e processos associados a atividades de ensino e aprendizagem, pesquisa e gestão como a objetos que permitem ao usuario realizar operações via INTERNET.Ver: José Silvio “ La virtualización de la Educación Superior: alcances, posibilidades y limitacioines” En: Educação Superior y Sociedade, vol 9 nº1 pág.27-50, 1988.

[3] A produção de repertórios temáticos – documentais cientificos, isto é a produção planejada de registros documentais em formato fotográfico ou de vídeo, é um momento fundacional nos atuais processos de construção das chamadas “memórias eletrônicas”. Estes dispositivos informativos são criados para satisfazer às diversas demandas documentais e se constituem e organizam como “metáforas” da informação original.