Estudos sobre a ecologia alimentar contribuem para a conservação de animais aquáticos

Vida na Água — Dentro das contribuições para o desenvolvimento sustentável do planeta, em sintonia com a Agenda 2030, a professora Ana Paula Madeira Di Beneditto, do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA), do Centro de Bio­ciências e Biotecnologia (CBB), trata em sua pesquisa das relações alimentares envolven­do os animais marinhos e a sua conservação. Assunto abordado no objetivo 14 “Vida na água”.

Segundo a pesquisadora o trabalho é feito com camarões, caranguejos, peixes, tartarugas e golfinhos com o objetivo de identificar como es­ses animais se alimentam e como eles utilizam os recursos alimentares.

“Identificamos o alimento consumido, a quanti­dade ingerida e a contribuição de cada alimento para a nutrição do animal. Os estudos de conservação envolvem os animais que são capturados em pescarias. Essa captura pode ser intencional, quando o animal é o alvo principal da pescaria, conforme acontece com cama­rões, caranguejos e peixes, mas também pode acontecer de forma acidental”, informou.

Xiphopenaeus kroyeri, conhecido como camarão sete barbas.

Contribuição dos pescadores — Os animais que ficam presos nas redes e linhas de pesca por acidente, como as tartarugas e golfinhos, po-dem ficar feridos ou morrer afogados. A professora explica que esse estudo envolve os pescadores, com a finalidade de entender como eles se relacionam com os animais. “Os pescadores tem sua atividade profissional re-lacionada ao mar, e estão em contato direto e diário com os animais marinhos. Dessa for-ma, eles se tornam importantes agentes de conservação e colaboradores dos projetos de pesquisa, já que estamos sempre em contato com eles e orientando como proceder du-rante a captura de algum animal marinho”, esclarece a pesquisadora. Outra questão de conservação que vem sen-do investigada é a ingestão, pelos animais, de lixo marinho (plásticos e outros materiais) lan-çado nos mares e oceanos. “Na nossa pesquisa, faremos uma investigação dos riscos que os ani-mais correm ao ingerir esse lixo, pois esse tipo de poluição tem aumentado muito nas últi-mas décadas e afeta várias espécies ao redor do mundo”, finalizou.

Por Jane Ribeiro

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