Novo método de diagnóstico da paratuberculose bovina

Anderson Cardozo da Costa, 22 anos, é natural de Itaboraí, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde completou o Ensino Médio. Desde criança apaixonado pelos animais, foi um aluno exemplar na caminhada escolar e sempre interessado em adquirir novos conhecimentos com intuito de ingressar numa instituição de ensino superior pública para se tornar um profissional de sucesso.

“Em 2016, ingressei no curso de Zootecnia, na UENF, instituição que me estimulou no desejo de aprender ainda mais através do âmbito científico. Ainda em 2016, conheci o Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB,) onde passei a acompanhar os trabalhos do grupo de pesquisa sobre Paratuberculose Bovina, despertando interesse pela área que hoje atuo como bolsista de Iniciação Científica desde o ano de 2017”, relatou o estudante.

Ter o trabalho reconhecido e premiado durante o XI CONFICT foi motivo de grande alegria não só para ele, como também para os familiares e amigos que sempre o apoiaram em ser um aluno com diferencial. Além disso, ao ter a pesquisa em destaque, ressalta-se a relevância do seu trabalho para a comunidade científica. Os resultados também instigam o interesse em ampliar, a fim de obter melhores resultados que irão contribuir para o projeto.

“Ser aluno de iniciação científica é atuar pelo progresso da ciência, sempre buscando inovações que irão colaborar de maneira benéfica para a sociedade e, acima de tudo, nos torna ainda mais capacitados para atuar seja na esfera profissional seja na acadêmica”, cita Anderson.


Conheça a pesquisa

A Paratuberculose Bovina (PTB) é uma doença infectocontagiosa causada por Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (MAP), ainda negligenciada, que acomete os ruminantes de forma geral. Tendo em vista que a pecuária bovina é um dos setores de maior importância do agronegócio brasileiro, torna-se importante um estudo mais aprofundado em busca de inovações que contribuam para o diagnóstico da doença.

“Essa doença é responsável por perdas de 15 a 30% na produção de vacas leiteiras, enquanto que nos bovinos de corte, a perda gira em torno de 15%. Com isso, além de reduzir o ganho do produtor, aumentam-se os custos para manter o animal infectado no rebanho, uma vez que ela pode propiciar o aparecimento de outras doenças comuns nesses animais, como, por exemplo, mastite”, informou o estudante.

Tendo em vista que no Brasil não há métodos de diagnóstico nacionais, foi proposto um novo recurso para a identificação da doença. O estudante, orientado pela Dra. Elena Lassounskaia, do Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR), tem como objetivo isolar o antígeno APA secretado por MAP nas fezes e no leite desses animais para ser utilizado no kit PTB-Detect (patente submetida em 2015 pela coorientadora Dra. Giliane Souza) como controle positivo e para montagem da curva padrão.

Sendo assim, o objetivo do estudante em buscar novas abordagens para o imunodiagnóstico, baseadas na detecção e identificação de antígenos de bactéria em leite, podem ser úteis para o diagnóstico da PTB e controle da qualidade bacteriológica do leite.

“Há uma necessidade por parte dos produtores em obter formas de diagnóstico mais práticas e de menor custo para que se possa fazer um controle sanitário mais eficiente dos rebanhos no Brasil. Por isso, o novo método de diagnóstico tem grande relevância no cenário atual”, ressalta o estudante

Por Jane Ribeiro

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