Parasitoides de formiga-cortadeira é tema de pesquisa

Uma pessoa apaixonada por animais e plantas, principalmente com a parte relacionada a insetos e doenças de plantas; esse é o Thalles Alves, 20 anos, que desde o ensino médio, cursado no município de Rio das Ostras, pensava em cursar Agronomia ou Medicina Veterinária. Uma decisão que ganhou o incentivo de um professor de química, ex-aluno da UENF, que Thalles considera um exemplo, e se tornou um dos motivos de querer estudar na UENF.

“Em minhas buscas vi na UENF uma universidade que promove a pesquisa, favorece o crescimento acadêmico e auxilia em suas atividades com professores capacitados, laboratórios equipados e linhas de pesquisa muito interessantes. Logo no primeiro período do curso de Agronomia eu conheci a professora Ana Maria Bailez, do Laboratório de Entomologia e Fitopatologia (LEF), do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) que trabalha com comportamento e semioquímicos de formigas. Foi uma paixão à primeira vista, entrei como estagiário no laboratório acompanhando as atividades dos doutorandos e fiquei fascinado”, fala o estudante.

Thalles sempre se considerou uma pessoa curiosa e dentro da Universidade viu que não poderia ficar parado. Logo conseguiu conseguiu integrar a equipe do professor Omar Bailez, e ajudar a sua então doutoranda Renata Pereira, na pesquisa sobre controle biológico de formigas-cortadeiras.

O estudante teve a oportunidade de apresentar sua pesquisa fora de Campos, ao participar do IX SIMBRAS (Simpósio Brasileiro e Congresso Internacional de Agropecuária sustentável) na Universidade Federal de Viçosa – UFV, em Viçosa, MG.

“Pretendo seguir na pós-graduação na área de entomologia ou talvez em fitopatologia, pois gostaria de aprofundar meus conhecimentos nessas áreas. Espero entender ainda mais sobre este mundo, aprender e desenvolver novas técnicas de controle biológico favorecendo a integridade dos ambientes naturais”, conclui o estudante.


Conheça a pesquisa

Thalles Alves está cursando o 5º período de Agronomia, e participa de um projeto de Iniciação Científica que é realizado sob a orientação do professor Omar Bailez e coorientado pela professora Ana Maria Bailez. O projeto é desenvolvido no Laboratório Entomologia e Fitopatologia (LEF), no setor de Comportamento e Semioquímicos, no Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA). A pesquisa é sobre taxa de parasitismo de forídeos parasitoides de formiga-cortadeira da espécie Atta sexdens, em bioma de Mata Atlântica.

“A pesquisa sobre controle biológico eficiente tem se intensificado, e dentre os diversos inimigos naturais destas formigas os forídeos se destacam. Meu trabalho visa descobrir quais são as espécies que vivem no bioma de Mata Atlântica, em especial na REBIO União, e a taxa de parasitismo ao longo do ano. Para esse estudo uma vez ao mês realizo coletas de formigas e de forídeos em diversos pontos da REBIO União em Rio das Ostras – RJ. Os insetos então são levados para o
setor de Comportamento e Semioquímicos da UENF” relata o estudante.

O processo de desenvolvimento da pesquisa requer tempo e observação, segundo o estudante, pois as formigas são mantidas de 2 a 3 semanas para avaliar a emergência de forídeos. Após esse período é realizado o cálculo da taxa de parasitismo que em suma é o número de formigas que estavam parasitadas pelo número de formigas coletadas.

“Os forídeos que nascem dessas formigas juntamente com os coletados em campo são inicialmente identificados quanto à espécie, e depois é feita a sexagem, isto é, a separação entre fêmeas e machos. As fêmeas são dissecadas para realizar a contagem de ovos. Esse trabalho é importante pois são dados que não temos sobre estes insetos, e a cada passo que damos, com cada descoberta, nós podemos ajudar o meio científico no avanço de, no futuro, utilizarmos os forídeos no controle biológico de forma economicamente viável e ecologicamente correta”, informou.

Por Jane Ribeiro

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