Estudo investe em células-tronco no tratamento da tuberculose

A estudante do curso de Ciências Biológicas Nina Aguiar Mothé, 21 anos, conquistou premiação no X CONFICT em uma pesquisa que está em fase inicial. A UENF sempre foi referência para Nina, que afirma que a universidade abre muitas portas quanto ao incentivo à pesquisa, o que ela considera um diferencial.

Nina conta que ingressou na universidade aos 17 anos e que o grande número de áreas de atuação dentro da Biologia provocou um pouco de indecisão no início.

“Passava uma disciplina, adorava a matéria, decidia procurar o professor para saber mais sobre a pesquisa e o laboratório. Fiz assim durante meus três primeiros períodos até me encontrar”, lembra a estudante que hoje atua no Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR), do Centro de Biociências e Biotecnologia, com orientação da professora Elena Lassounskaia.

Nina enfatiza a importância da atuação do estudante da UENF na Iniciação Científica. “As experiências que adquirimos nos laboratórios, a convivência com o grupo de trabalho, a prática e a aplicação do conhecimento que buscamos nas aulas estão sendo de grande importância para minha formação pessoal e profissional”.

Ela revela que a premiação no CONFICT é um estímulo para seguir firme nos estudos. “Fiquei imensamente feliz. Apesar da pesquisa ainda estar em fase inicial, já foi reconhecida e se destacou entre ótimos trabalhos também apresentados no congresso”, pontua.

Conheça a pesquisa

Nina trabalha com imunologia voltada para a patologia da Tuberculose Pulmonar, doença infectocontagiosa, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, que tem o maior número de óbitos provocados por doenças infecciosas entre adultos no mundo. Anualmente, cerca de 1,5 milhão de mortes são notificadas.

Ela esclarece que os casos severos dessa doença estão associados à inflamação exacerbada e o número de pacientes resistentes aos medicamentos é crescente.

“Meu trabalho é entender o papel de células- tronco mesenquimais na inflamação causada por essa micobactéria (tipo específico de bactéria). Essas células, cada vez mais, estão utilizadas para a terapia celular de várias doenças, devido a sua alta taxa de renovação, capacidade de diferenciação em diferentes tipos celulares, produção da variedade de fatores tróficos e, além disso, condução de efeitos imunomodulatórios. Já se sabe que durante a fase aguda da doença essas células são recrutadas para o local de infecção e exibem propriedades imunossupressoras, ou seja, reduzem a inflamação”, relata.

Porém, segundo a estudante, o papel dessas células na patologia da Tuberculose ainda não foi totalmente desvendado e por isso avaliar essas propriedades imunomodulatórias é fundamental para entender melhor a patologia e o potencial terapêutico das células-tronco.

Por Francislaine Cavichini

Retornar à home da Revista