Pesquisa analisa gênero de pimenta de grande importância para área médica

Lorran Yves Machado de Sousa, 20 anos, veio de Campo Grande, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, para realizar um sonho: cursar Licenciatura em Biologia na UENF. Ficar longe da família e se adaptar à nova rotina foram alguns desafios enfrentados pelo estudante.

Após o ingresso na Universidade, o estudante foi em busca do trabalho científico. Ele procurou o Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microorganismos (LFBM), onde atua. “Aqui eu cresço como pessoa e cientista. A Biologia está presente em minha vida desde os 7 anos. Sempre soube que ia seguir esta área. O melhor é poder estudar em uma das melhores faculdades de Biologia do Rio de Janeiro”, declara Lorran.

Ele ressalta que o esforço, dedicação e estudo foram fundamentais para o sucesso do trabalho na Iniciação Científica. “A IC tem um grande peso em minha vida. Ela possibilitou a abertura de portas inimagináveis para o meu   caminho, além de proporcionar uma grande carga de conhecimento e possibilitar conviver com pessoas maravilhosas todos os dias”.

No futuro, Lorran pretende fazer Mestrado e Doutorado e talvez outra Graduação. “Aprendi em casa que conhecimento não ocupa espaço e nunca é demais. É recompensador o esforço quando você percebe que o pouco que você faz muda algo no mundo, mesmo que seja pequeno, de pouco em pouco faremos a diferença”, pontua.

Conheça a pesquisa

O projeto de pesquisa em que Lorran Yves atua é desenvolvido no Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microrganismos (LFBM), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), sob a orientação da professora Valdirene Moreira Gomes e co- orientação do doutor Alan Chrisleyr Maracahipes e em colaboração com o grupo da Doutora Rosana Rodrigues (LMGV/CCTA).

O estudante conta que o trabalho de pesquisa começou da observação da presença majoritária de peptídeos antimicrobianos (AMPs) em frutos imaturos (verdes) de plantas de pimenta (Capsicum annuum). Ele explica que peptídeos antimicrobianos são pequenos grupos proteicos isolados, principalmente de plantas, e que possuem um grande interesse biológico devido à potente atividade antimicrobiana.

A partir dessa primeira observação concentramos nosso trabalho na identificação, caracterização e purificação de novos AMPs extraídos de frutos imaturos de plantas da espécie Capsicum annuum. Nós também propusemos avaliar a atividade antimicrobiana desses AMPs sobre fungos de importância agronômica como o gênero Fusarium e leveduras de importância médica do gênero Candida”, esclarece.  Desta forma, salienta Lorran, plantas como pimentas representam um excelente modelo para a busca de novas fontes biológicas de peptideos antimicrobianos e que possam ser utilizados como novas moléculas antifúngicas.  “Esta busca representa não somente um desafio acadêmico, mas também é de grande importância na área médica, agronômica e biotecnológica. Outro ponto relevante da pesquisa é que trata do gênero Capsicum, que tem no Rio de Janeiro um dos maiores centros de diversidade destas plantas”, enfatiza o estudante.

Por Francislaine Cavichini

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