Universitário analisa a figura do intelectual

O campista e estudante da curso de Ciências Sociais, Sávio Vinicius Souza Gomes, 21 anos, sempre gostou muito de ler e escrever. Apesar de ter estudado em bons colégios – cursou o ensino fundamentou em colégio católico e o ensino médio no Instituto Federal Fluminense (IFF – campus Campos Centro ) – acreditava que a UENF fosse “coisa de outro mundo”. “Ao entrar na UENF fui surpreendido com o tanto de protagonismo que é oferecido ao estudante. O curso que faço demanda que se pense criticamente sobre em qual “mundo” a pessoa vive. A palavra “crítica”, que popularmente é usada como sinônimo de “reclamação”, por aqui significa “usar a própria cabeça”, conta.

Diante de tantos questionamentos, a UENF foi uma grande surpresa para Sávio. Ele relata que, ao ingressar na universidade, encontrou um mundo totalmente diferente do que imaginava, um local onde o estudante tem liberdade de escolher o que quer pesquisar, com total apoio de um orientador e de colegas de pesquisa.

— Aqui é um lugar onde é bom ser “nerd”. “As Ciências Sociais, especificamente, estudam o lugar das pessoas no mundo; o que faz determinado grupo, ou comunidade, ser de tal modo ou de outro. Questiona, por exemplo, os impactos de determinadas decisões políticas e as causas para a desigualdade e a injustiça social, bem como busca soluções teóricas e práticas para melhorar a vida das pessoas, compreendendo como estas realmente vivem – disse ele.”

Sávio dá um conselho aos estudantes que têm o sonho de ingressar na UENF ou em qualquer outra universidade: “pense o máximo que puder, escreva o máximo que puder, dialogue com os amigos e não tenha vergonha de querer saber”, informou.

Conheça a pesquisa

Sávio Vinicius Souza Gomes participa de um projeto de Iniciação Científica que é realizado sob a orientação do professor Leonardo Rogério Miguel, no Laboratório de Cognição e Linguagem (LCL), no Centro de Ciências do Homem (CCH). A pesquisa é sobre a figura do intelectual.

“Segundo o estudante, em um mundo onde cada vez mais pessoas expõem suas opiniões publicamente em redes sociais, jornais, jogos online, nonamelab.com, blogues e afins, tornou-se difícil saber quem está falando a verdade. A mesma dificuldade encontramos ao tentar identificar alguém como um intelectual, figura que, popularmente, é reconhecida como quem expõe ideias bem refletidas e ponderadas ao público em geral. “Queremos saber, dentre outras coisas, quem deve ser chamado de intelectual e o que tal condição coloca em jogo na vida da pessoa e de seu público-alvo.

Após um ano e meio de pesquisa, adquirimos alguma compreensão sobre a construção da ideia de intelectual ao longo dos séculos XIX e XX”, ressaltou.

A próxima fase da pesquisa será prática. Sávio está fazendo um levantamento de figuras campistas que reconhecidamente se encaixam no perfil público de intelectual. Após essa etapa, o bolsista realizará entrevistas com as pessoas selecionadas.

—  Mediante a entrevista, esperamos saber as implicações do nosso conceito na prática. Nosso objetivo é fazer com que seja mais fácil reconhecer intelectuais, a fim de que o público em geral seja capaz de se  orientar no interior das polêmicas e dos debates sobre política, economia, costumes, dentre outros, assuntos frequentes que geram uma enorme quantidade de informação fragmentada e desorganizada” – finaliza o estudante.

Por Jane Ribeiro

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