Durabilidade de pastas cimentícias com diferentes adições minerais frente ao ataque ácido (vinhoto)

Professor: Guilherme Chagas Cordeiro
E-mail: gcc@uenf.br
Área de atuação: Estruturas
Resumo: Pozolanas são materiais inorgânicos, naturais ou artificiais, silicosos ou alumino-silicosos que, quando finamente moído e em presença de água e hidróxido de cálcio, possuem propriedades aglomerantes. Esse tipo de material tem sido usado em substituição parcial ao cimento Portland a fim de mitigar problemas ambientais associados à produção de cimento, como a emissão de gases intensificadores do efeito estufa, em especial dióxido de carbono. Além disso, pozolanas geralmente aumentam a durabilidade de sistemas cimentícios submetidos à ação de agentes agressivos, como ácidos, sulfatos, cloretos, dentre outros. No presente trabalho, duas pozolanas oriundas de resíduos agroindustriais, a cinza do bagaço da cana-de-açúcar e a cinza da casca do arroz, serão utilizadas em pastas cimentícias sob o ataque ácido por vinhoto, que é um subproduto do processo de fabricação do etanol. Inicialmente, as pozolanas e um quartzo ultrafino, utilizado como material quimicamente inerte, foram caracterizados com base em ensaios de granulometria a laser, massa específica, difração de raios X, atividade pozolânica (condutividade elétrica) e composição química com perda ao fogo. Logo após, pastas cimentícias de referência (cimento e água) e com as diferentes adições minerais (em teores de 20% em volume) serão confeccionadas em misturador Eurostar (velocidade de 300 rpm por 6 min). Em seguida, ensaios no estado fresco para verificar a consistência, por meio do espalhamento no minicone de Kantro, e a reologia em viscosímetro Brookfield DV3T serão realizados para verificar o efeito de cada adição. Posteriormente, corpos de prova cilíndricos das diferentes pastas serão confeccionados para ensaios de resistência à compressão após 3, 7 e 28 dias de cura por imersão em água saturada de cal. Ao final dessa etapa, novos corpos de prova serão moldados para a exposição das diferentes pastas ao vinhoto, com monitoramento semanal da variação da massa dos corpos de prova e do pH da solução, a fim de avaliar a degradação dessas pastas. O monitoramento da frente de degradação será também investigado mensalmente com aspersão de fenolftaleína, resistência à compressão, difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura e termogravimetria. Durante todas as etapas os resultados serão analisados meticulosamente, visando avaliar o papel das cinzas agroindustriais na durabilidade das pastas cimentícias.