Dissertações de Mestrado 2016 – GABRIEL SAMARÃO DA MOTTA
Resumo
Escorregamentos submarinos são fenômenos naturais que podem causar uma série de problemas econômicos e ambientais, como a formação de tsunamis ou rompimentos de tubulações de transporte de material proveniente da exploração offshore. O objetivo deste trabalho foi observar, através de modelos reduzidos em centrífuga geotécnica, o comportamento desses escorregamentos, e realizar possíveis associações dos resultados dos ensaios realizados com propriedades geotécnicas do material do fluxo, mais precisamente a resistência ao cisalhamento não drenada do solo (Su). Foram realizados ensaios de cravação do penetrômetro barra-T, para obter os valores de Su para cada escorregamento modelado. Os ensaios de abertura da comporta foram monitorados por transdutores de tensão total e de poropressão, e foram filmados por uma câmera de alta velocidade. Foram comparados os resultados das imagens com os valores lidos pelos instrumentos, estes fixados numa rampa de acrílico revestida com uma lixa P50, simulando a rugosidade encontrada no leito marinho. Também foi calculado o número densimétrico de Froude (Frd), parâmetro que determina a ocorrência ou não da hidroplanagem, e seus valores foram comparados aos demais resultados. O solo utilizado foi uma mistura de metacaulim-caulim, com teores de umidade diferentes para os 3 primeiros ensaios, e para os ensaios posteriores, variou-se a gravidade induzida na centrífuga em 40, 30, 20 e 10g. Os resultados mostraram que a resistência não drenada, apesar de variar em solos com teores de umidade diferentes, não apresentou indícios que correlacionem diretamente o parâmetro com a presença de hidroplanagem. Os resultados dos transdutores foram compatíveis com os cálculos de Frd, mostrando que nos ensaios 1 e 6 a hidroplanagem não ocorreu. Particularmente para o anseio 6, executado a 10g, nenhum dos fatores determinantes indicaram a hidroplanagem, mostrando que ensaios desta espécie executados nessa gravidade não são recomendados.