Dissertações de Mestrado 2018 – MAIRYANNE SILVA SILVEIRA SOUZA

Resumo

No litoral brasileiro está concentrada a maior parte das construções do país, sendo elas constantemente expostas à salinidade proveniente do oceano, provocando a degradação dos materiais constituintes. Os materiais cerâmicos são corriqueiramente atingidos por esta exposição que provoca perdas das suas características. Desta forma, esse trabalho avaliou a alteração que os materiais sofrem quando expostos ao ambiente marinho. Para isto foram moldados corpos de prova prismáticos pelo processo de extrusão e depois calcinados às temperaturas de 600, 800, 950 e 1050 °C. Após a queima os mesmos foram submetidos ao ataque químico através de ciclos de imersão utilizando água do mar sintética (o tempo do ciclo e a composição da água foram padronizados pela literatura), sendo verificados os efeitos provocados em sua resistência mecânica e características permeáveis. Foram analisadas as propriedades tecnológicas das amostras intactas e das amostras submetidas à salinidade marinha. Verificou-se que o índice de absorção de água reduz substancialmente com o aumento da temperatura de queima, os valores encontrados não atenderam os limites recomendados pela norma. Na absorção de água a salinidade marinha interferiu de maneira superficial. Determinou-se também a porosidade aparente para a os corpos de prova cerâmicos, cujos valores foram reduzidos com o aumento da temperatura de queima, sendo menos afetados pela ação da salinidade marinha, e consequentemente pouco degradados. Observou-se o aumento da massa específica aparente com o aumento da temperatura, não havendo influência significativa da salinidade marinha. Assim como a temperatura de queima, a salinidade marinha exerceu significativa influencia na resistência mecânica. Os resultados obtidos mostraram que a tensão de ruptura à flexão dos corpos de prova estão dentro dos limites aceitáveis pela norma. Para identificar e avaliar as possíveis mudanças ocasionadas na estrutura cristalina do material cerâmico após os ciclos de imersão, os corpos de prova foram caracterizados por difração de raios X (DRX) e os resultados mostraram que as fases cristalinas identificadas em todas as temperaturas de queima estudadas foram iguais para as amostras intactas e para as submetidas aos ciclos de imersão, com a diferença apenas da halita (NaCl), proveniente da água do mar sintética.

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