Campos dos Goytacazes (RJ), terça, 03 de julho de 2012 – N.º 3.053
UENF, IFF e UFF abrem o IV CONFICT
Estudantes e seus trabalhos de pesquisa são os protagonistas do Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica

Pelo quarto ano seguido caminhando juntos, a UENF, o IFF e a UFF-Campos abriram nesta segunda, 02/07, a edição 2012 do Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT). Com 1,1 mil inscritos, o evento reúne 488 trabalhos de ciência & tecnologia desenvolvidos por estudantes das três instituições, sob orientação de seus respectivos professores. O evento prossegue até quinta, 05/07.
O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Luiz Edmundo da Costa Leite, foi representado pelo assessor Nelson Furtado, ex-superintendente do Tecnorte. Nelson listou diferenciais da iniciação científica na formação do estudante, tais como a fuga da rotina e da estrutura curricular, a perda do medo do novo, o melhor desempenho em seleções para pós-graduação e o desenvolvimento de habilidades de expressão, entre outros.
– Esta ligação entre as três instituições foi o que de melhor aconteceu em Campos – arriscou Furtado, que dirigiu o Parque de Alta Tecnologia / Tecnorte de 2000 a 2002 e reteve da experiência a convicção de que na média os estudantes do interior teriam mais disposição para promover mudanças do que os dos grandes centros.
Integração – O tema do entrosamento entre as instituições públicas na organização do evento e no cotidiano dos trabalhos de pesquisadores esteve presente em todos os pronunciamentos das autoridades presentes à abertura. Entre elas, o reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, e o do IFF, Luiz Augusto Caldas Pereira, além do representante do polo da UFF em Campos, Claudio Henrique Reis. Pró-reitores e outros dirigentes das três instituições completaram a mesa.
No final, houve apresentação cultural com a companhia de dança do professor Marcos Braga (ver box), que apresentou quatro números muito aplaudidos pelo público: bolero, samba-rock, forró e tango.
Dançando e ensinando

Ele ganhou um concurso de lambada quando estudava numa escola pública de Campos, na década de 1980, e hoje ensina várias modalidades de dança em academias, clubes e espaços públicos. Com 15 anos de experiência como professor, Marcos Braga foi uma das atrações da abertura do IV Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT), na noite desta segunda, 02/07, no Centro de Convenções da UENF. O CONFICT é uma realização conjunta da UENF, do IFF e da UFF Campos.
– Sei de pessoas que se conheceram na dança e acabaram se casando, mas também já vi o contrário. A dança é uma coisa muito forte, e é preciso saber lidar com ela – diz Marcos, que conheceu sua esposa Alessandra no corpo de baile de uma academia. Ao longo destes anos, já ensinou em cidades como Itaocara, Santo Antônio de Pádua, Quissamã e Mimoso do Sul (ES). Atualmente, Marcos ensina dança em Campos (Academia Corpo e Energia), São Fidélis (Campestre Club Gilda Barbosa) e São João da Barra (Palácio Cultural, da Prefeitura).
Entre dança de salão e forró, Marcos tem hoje em torno de 40 alunos. Ele conta com um corpo de seis cavalheiros e sete damas ajudantes. Graças a estes auxiliares, não é necessário ter um par certo para entrar numa aula de dança.
Ao longo de sua carreira, Marcos se apresentou em bailes e eventos e garimpou alunos com seu talento e seus ‘cartõezinhos’.
– Fui estufa para muita gente: pus semente, plantei, adubei e vi crescer. Hoje tenho contrato com quem está comigo, e nossa relação é regida por regras e termos de compromisso – diz o professor, que recebeu formação e certificado pela Estácio de Sá e carteira de provisionado em dança pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF).
Marcos faz questão de registrar agradecimento à equipe de apoiadores, composta por dançarinos e dançarinas:
– Além de vestirem a camisa nas aulas, não medem esforços em levantar a bandeira da dança – finaliza.
NEABI discute religiões africanas
Um dos temas abordados durante o segundo encontro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) da UENF, realizado em 19/06, foi a concepção errônea que existe na sociedade acerca das religiões de matrizes africanas. O tema foi um dos mais discutidos durante o encontro, que reuniu professores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de alunos do ensino médio.
— O negro se reconhece muito pela sua religiosidade. É na religião que ele conhece ideias importantes, como o respeito aos idosos e à natureza — disse Noinha, poetisa e participante de um grupo de jongo de Campos, ao participar do evento.
Durante o encontro — aberto com um espetáculo do Jongo de Serrinha/RJ —, foi exibido um vídeo retratando a educação em comunidades remanescentes de quilombos. O vídeo mostrou ações que vêm sendo feitas por escolas localizadas nestas comunidades com o objetivo de desenvolver práticas que valorizem a cultura afro-brasileira no espaço escolar.
— O vídeo contribuiu para mostrar que a escola pode desenvolver esse tipo de trabalho, atendendo, assim, ao que determina a lei 11.645/08, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática da História e Cultura Afrobrasileira e Indígena — disse a professora Maria Clareth, que coordena o NEABI ao lado dos professores Lilian Sagio e Leandro Garcia Pinho.
Durante a reunião, Clareth falou sobre a sua participação no Seminário ‘Quilombos, terreiros e juventude: justiça ambiental e práticas culturais africanas e afrodescendentes’, no âmbito da Rio+20, a convite da Fundação Cultural Palmares. O evento discutiu a integração cultural, econômica e política das populações negras e indígenas no contexto social, além de dar visibilidade às suas tradições e práticas culturais.
Participaram do encontro representantes do Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (Isepam), Universidade Salgado de Oliveira (Universo), Fundação Zumbi dos Palmares, União de Negros pela Igualdade (Unegro), Comissão Pastoral da Terra (CPT), do movimento quilombola e da economia solidária, além de representantes da cultura popular, como o Mestre Beijinho.
A próxima reunião do NEABI está marcada para 24/07, na sala 114, auditórios A e B do CCH. Na ocasião, será dada continuidade à discussão sobre “Educação Quilombola”, sob a coordenação do escritor Hélvio Cordeiro, representante da Fundação Zumbi dos Palmares, e da professora Maria Clareth.
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