Campos dos Goytacazes (RJ), sexta-feira, 03 de agosto de 2012 – Nº 3.064
Neurociência em foco

Um quê de neurociência. Este é o nome da mais nova coluna de divulgação científica do Blog Ciência UENF, que estreia nesta terça-feira, 07/08. Com periodicidade mensal, a coluna será assinada pelo professor Arthur Giraldi Guimarães, neurocientista do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) da UENF. Ele pretende utilizar o espaço para, entre outras coisas, explicar os avanços na área de neurociência.
Graduado em Ciências Biológicas (bacharelado em Genética), com mestrado em Química Biológica e doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Arthur Giraldi atua na UENF desde 2008. Seu principal objeto de estudo é a neuroplasticidade. Nesta entrevista, ele fala um pouco mais sobre a coluna Um quê de neurociência.
Informativo da UENF – Qual o objetivo da sua coluna?
Arthur Giraldi – As novas descobertas na área de Neurociência já têm um amplo destaque em matérias de divulgação pela mídia nacional e internacional. Além disso, já existem ótimos trabalhos de divulgação nessa área no Brasil. Mas, mesmo assim, acho importante que seja feita também por aqui, na Planície Goitacá. Essa área já existe na nossa Universidade, mas ainda é incipiente. Temos que estimulá-la.
Informativo da UENF – Já escreveu alguma outra coluna ou desenvolveu alguma atividade de divulgação científica antes ou esta é a primeira vez?
Arthur Giraldi – Sendo divulgação científica uma forma de extensão, sim. Já ministrei cursos de extensão com este propósito. E já participei de matérias no Blog Ciência UENF que resultaram em reportagens de TV locais e em matéria em site jornalístico local.
Informativo da UENF – Na sua opinião, qual a importância da divulgação científica?
Arthur Giraldi – Acho que a universidade tem que divulgar para a sociedade o conhecimento que ela produz, explicitando sua relevância. E, além disso, temos que ser capazes de colocar na pauta do dia da sociedade assuntos de ponta, seja por estarem no limiar da sabedoria humana, seja por serem de grande interesse público. E, neste contexto, a neurobiologia merece destaque. O objeto mais complexo e incompreendido do universo conhecido pelo ser humano é o seu próprio encéfalo, e as doenças que mais deixam seres humanos incapacitados são as neurológicas e as psiquiátricas. Se formos falar de maiores causas de óbito, as neurológicas já rivalizam com o câncer (juntando todos os tipos) e com o infarto do miocárdio. Acredito também no papel da divulgação científica como estímulo aos jovens, que podem ter também o cientista como espelho de projeto vida.
Informativo da UENF – O que você achou da decisão do CNPq de valorizar as atividades dos pesquisadores também por suas ações de popularização da ciência?
Arthur Giraldi – Achei necessária, porque acredito que devemos divulgar e explicar as “maluquices” que são feitas nos laboratórios para além dos muros da universidade. A valorização dessa atividade servirá de estímulo. Espero que surjam outras novas colunas aqui no Blog da Ciência.
Informativo da UENF – Que assuntos você pretende abordar na sua coluna?
Arthur Giraldi – Pretendo abordar temas instigantes sobre o sistema nervoso, relacionando com o nosso dia a dia, com o que somos. Para isso, abordarei tanto temas clássicos da neurobiologia, bem como as principais doenças neurológicas e psiquiátricas. A dinâmica principal será o esclarecimento para o público leigo de novas descobertas publicadas em revistas de ponta na área.
Informativo da UENF – Qual a periodicidade e os nomes dos demais colaboradores (se houver)?
Arthur Giraldi – A princípio a coluna será mensal, e serei o responsável. Mas como pretendo ter a participação dos meus alunos de laboratório, bem como convidarei professores da UENF e de outras universidades, neurocientistas, para colocarem textos de divulgação sobre suas respectivas pesquisas, poderemos mais a frente aumentar a frequência das publicações.
Aberto Encontro de Incubadoras
O VIII Encontro da Região Sudeste da Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares foi aberto na manhã desta quinta-feira, 02/08, no Centro de Convenções da UENF. O evento, que é realizado desde 2005,tem como um de seus objetivos a preparação para a V Plenária Nacional de Economia Solidária, que será realizada de 09 a 13 de dezembro de 2012, em Brasília.
Na abertura do evento, o reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, elogiou o grande empenho da equipe da ITEP, coordenada pela servidora Nilza Franco Portela, e abriu a possibilidade de a Universidade voltar a receber um encontro desse porte com mais participação de seus alunos.
— Tenho orgulho de estar aqui hoje fazendo a abertura desse evento, que tem a participação de várias universidades da Região Sudeste. Temos 3,6 milhões de crianças em idade escolar que estão fora da escola. E a Universidade deve estar comprometida com o desenvolvimento local e regional. Por isso nós da UENF estamos voltados para que a sociedade, principalmente as pessoas mais excluídas, sejam contempladas. Acreditamos na necessidade de aproximação do saber acadêmico com o saber científico. Estamos avançando nesse sentido. Conseguimos aprovar no Conselho Universitário a Escola de Extensão e a Agência de Inovação; e fomos a primeira universidade estadual a adotar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério para ser aprovado na universidade – disse.
Após a abertura — que também teve a participação do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Paulo Roberto Nagipe da Silva — o diretor de Estudos e Divulgação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Valmor Schiochet, apresentou palestra na qual abordou a relação das incubadoras de cooperativas com os movimentos populares. Ele informou que o Ministério apoia 77 incubadoras universitárias via Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (Proninc).
— Hoje mais de 50% do orçamento da Secretaria é para apoiar cooperativas e associações de catadores, o que está garantido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego oferece bolsas para formação de trabalhadores. Estamos dialogando com o Ministério da Educação (MEC) para incluir esse público na Economia Solidária. Temos 4.500 pessoas, entre técnicos administrativos, servidores, bolsistas e grupos trabalhando com Economia Solidária em 77 incubadoras de Universidades de todo o Brasil. A Economia Solidária, que surgiu no Brasil com Chico Mendes e ganhou força com a Campanha pela Fome do Betinho na década de 1990, não é um processo econômico de sobrevivência. É uma disputa de hegemonia na sociedade. O projeto agora é ampliar esses números – disse Schiochet, que é doutor em Sociologia Política e professor da Universidade de Blumenau-SC.
Encontro vai até sábado – O Encontro continua nesta sexta-feira, a partir das 8h, com visitas a empreendimentos populares de Economia Solidária, como o grupo de doce Sonho e Sabor, do distrito de Ururaí, e a Cooperativa de Costureiras e Artesãs de Rio Preto — projeto incubado pela ITEP/UENF, com apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Petróleo (Sedep) da Prefeitura de Campos. Ainda nesta sexta-feira, às 11 horas, será realizada na Sala de Cinema do Centro de Convenções da UENF a exibição de dois documentários produzidos pelo Centro Universitário Fluminense (Uniflu) e a Universidade Federal Fluminense (Uff), que abordam a questão da desapropriação de terras do distrito do Açu, em São João da Barra para a construção do Super Porto do Açu, do Grupo EBX. Às 14 horas, oficinas diversas e às 16 horas, grupos de trabalho. No sábado, às 8h30, será feita a abertura do VIII Encontro da Rede de ITCPs do Sudeste e a Mesa disparadora para a V Plenária Nacional de Economia Solidária. O evento prossegue até às 17 horas, quando será feito o encerramento das atividades. (Colaboração: Wesley Machado, da ITEP UENF)
Políticas públicas em debate
O Núcleo de Estudos da Exclusão e Violência (NEEV) da UENF realizou na última quinta, 02/08, a mesa-redonda ‘Antropologia e análise de políticas públicas‘, com a presença de Ana Paula Mendes de Miranda, doutora em Antropologia Social e professora adjunta da UFF, e Kátia Sento Sé Mello, doutora em Antropologia e professora da UFRJ.
A intenção do encontro foi esclarecer e clarear as ideias dos professores da UENF quanto às políticas públicas. Segundo Kátia, não existe uma definição concreta para elas. Uma das características apontadas pela professora é que as Políticas Públicas devem disponibilizar serviços e direitos universalmente, sem classificar grupos sociais. Ela frisou também a diferença entre o olhar americano e o europeu sobre o mesmo assunto. Quanto à antropologia, foi dito que esta ciência pode auxiliar na criação de tais políticas.
– Um olhar antropológico sobre o lugar em que a política vai ser implantada é essencial – afirmou. A coordenação do evento coube à professora Lana Lage, do Laboratório de Estudo da Sociedade Civil e do Estado (LESCE) do Centro de Ciências do Homem (CCH) da UENF.
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