Campos dos Goytacazes (RJ), terça-feira, 07 de fevereiro de 2012 – Nº 3.023
Chamada da lista de espera do SISU
A Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) da UENF divulga a relação de candidatos selecionados na Lista de Espera do Sisu/MEC. A matrícula deverá ser feita nesta quinta-feira, 09/02, das 9h às 12h ou das 14h às 17h, na Secretaria Acadêmica da UENF (Prédio da Reitoria, térreo).
Veja a relação de candidatos selecionados.
Consulte documentação e outros detalhes sobre as matrículas no site da Secretaria Acadêmica da UENF.
Parceria premiada
Empresa de Bom Jesus (RJ) usa tecnologia da UENF para obtenção de óleo de semente de maracujá e leva Prêmio Brasil de Engenharia

A empresa Extrair Óleos Naturais, que utiliza tecnologia desenvolvida no Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA) da UENF para o aproveitamento das sementes de maracujá, foi a vencedora do prêmio Brasil de Engenharia 2011 na categoria ‘Profissional’ – temática ‘Resíduos Sólidos’. Inaugurada há um ano e meio em Bom Jesus do Itabapoana, no Noroeste Fluminense, a empresa foi montada a partir de uma parceria entre a UENF, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Pesagro, com financiamento da Faperj.
Já patenteada pela UENF, a tecnologia é fruto do Projeto APL-Maracujá, desenvolvido de 2006 a 2009, com o apoio do CNPq, e que tinha como objetivo recuperar a cultura do maracujá no Norte/Noroeste Fluminense. Ela foi desenvolvida a partir das pesquisas de doutorado das estudantes Suelen Alvarenga Regis e Eliana Monteiro Soares de Oliveira, com orientação do professor Eder Dutra de Resende, e permite prolongar a vida útil da semente de maracujá, preservando a qualidade do óleo. Com o uso da tecnologia, é possível separar completamente e de forma rápida as sementes envolvidas nas mucilagens e arilo — vesícula que contém o suco e que favorece o crescimento de micro-organismos. Esses materiais eram descartados como resíduos das indústrias de suco.
— A semente purificada e desidratada pode ser estocada por mais de seis meses, sem nenhum problema. Nessas condições, a prensagem permite a obtenção de um óleo mais puro, com melhor qualidade e um maior rendimento de extração — explica o professor Eder.
O óleo de semente de maracujá tem propriedades hidratantes, sendo matéria-prima para a indústria de cosméticos. O produto pode ser incorporado, por exemplo, a cremes, sabonetes e xampus. O LTA/UENF também vem desenvolvendo tecnologias para o aproveitamento das cascas e das mucilagens com arilo, que podem ser utilizados na produção de farinha rica em pectina.

Recentemente foi firmado um convênio de transferência de tecnologias da patente para a empresa Extrair Óleos Naturais pela Diretoria de Projetos da UENF — informa o professor. Através deste instrumento, os novos estudos sobre as melhorias de processos de aproveitamento dos resíduos da polpa do maracujá serão compartilhados com a Extrair Óleos Naturais, consolidando a parceria técnica da UENF com a indústria. Projeta-se que através do crescimento e da consolidação da empresa se possam viabilizar recursos para fomentar novas pesquisas no Laboratório de Tecnologia de Alimentos.
O Prêmio Brasil de Engenharia é concedido pelo Sindicato dos Engenheiros do Distrito Federal e Instituto Atenas de Pesquisa e Desenvolvimento – Brasil, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA Brasil) e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Um dos objetivos do prêmio é estimular o pensamento científico e a inovação na produção tecnológica nacional.
‘Casamento perfeito’
A idéia de abrir a fábrica surgiu quando o empresário Sandro Reis participava de um congresso de óleos em Lavras (MG). Ele conta que, empolgado com a ideia, buscou na internet mais informações sobre a cultura do maracujá no Estado do Rio de Janeiro. Acabou encontrando o pesquisador Sérgio Cenci, da Embrapa, que na época estava envolvido com o projeto APL- Maracujá.
— Mandei um e-mail para ele, que prontamente me respondeu marcando uma reunião. Por incrível que pareça, ele também tinha uma ideia idêntica à minha. Então, montamos o projeto e submetemos à Faperj para captar recursos. Aí entrou o professor Eder, que já pesquisava o aproveitamento de resíduos das indústrias de sucos. O casamento foi perfeito — diz.
Sem experiência no ramo, Sandro passou dois anos estudando o assunto — da montagem do projeto até a inauguração da empresa. A Faperj investiu R$ 250 mil em três projetos, e o próprio Sandro investiu mais R$ 200 mil de capital próprio.
Atualmente, ele compra as sementes de fábricas de suco situadas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. O óleo extraído das sementes de maracujá é vendido para empresas de cosméticos de São Paulo, Acre, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A partir deste mês, a empresa também vai fornecer o produto para uma rede de hospitais dos Estados Unidos.
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