Campos dos Goytacazes, quinta, 08 de dezembro de 2011 – Nº 3.015
Universidades públicas discutem consórcio

A proposta de criação do Consórcio de Instituições de Ensino Superior Públicas do Estado do Rio de Janeiro foi discutida nesta terça, 07/12/11, no Ministério da Educação (MEC). O reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, participou do encontro, que teve a presença do secretário da Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, e de dirigentes de universidades ou instituições públicas (federais ou estaduais) do Rio de Janeiro.
Durante o encontro ficou definido que o ministro da Educação, Fernando Haddad, vai participar de novo encontro sobre o tema, no Rio de Janeiro, na semana do Natal. Na ocasião, as instituições públicas devem assinar protocolo de intenções a respeito do tema.
Caso seja efetivado, o Consórcio deverá propiciar integração acadêmica nas áreas de ensino, pesquisa e extensão; incremento na mobilidade estudantil e na oferta de estágios; capacitação de pessoal; otimização na captação e aplicação de recursos; parcerias em inovação, novas tecnologias, arte, cultura e outras áreas estratégicas que envolvam propostas de solução para questões de interesse público no Rio de Janeiro e no país.
A implantação da iniciativa implicará ainda a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Institucional do Consórcio. O PDIC será coletivamente elaborado pelas instituições consorciadas e apreciado pelos respectivos Conselhos Universitários ou colegiados máximos equivalentes.
Cursos ‘estrelados’

A UENF figura com oito cursos de graduação na lista das ‘Melhores Universidades do Brasil de 2011’, elaborada pelo Guia do Estudante. Dentre os oito, cinco obtiveram o selo de quatro estrelas (conceito ‘muito bom’): Zootecnia, Agronomia, Engenharia de Produção, Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo e Ciências Biológicas. Outros três receberam três estrelas (conceito ‘bom’): Engenharia Metalúrgica, Medicina Veterinária e Engenharia Civil.
O número de estrelas recebidas equivale à avaliação feita pelos consultores do Guia do Estudante, que classificam os cursos, baseado no questionário preenchido por seus respectivos coordenadores, da seguinte forma: excelente (cinco estrelas), muito bom (quatro estrelas), bom (três estrelas), regular, ruim e prefiro não opinar. Ao final, cada curso ganha um conceito. Mas somente são divulgados aqueles que receberam três, quatro ou cinco estrelas.
O Guia do Estudante é reconhecido por formar parâmetros para a educação e por avaliar o estado dos cursos de graduação em instituições de ensino superior.
COLEX começa semana dedicada a planejamento
O Colegiado Executivo (COLEX) da UENF, que reúne o reitor, vice-reitor, diretores e outras autoridades acadêmicas, começa nesta segunda, já às 7h30 da manhã, uma espécie de mutirão de planejamento. As discussões envolverão outras instâncias, como chefes de laboratório, coordenadores de cursos de graduação e de pós-graduação e coordenadores de extensão. As atividades consumirão praticamente os dias inteiros de segunda a sexta (12 a 16/12) e terão a participação de dois consultores: Fernando Antonio Paula Nacif e Luiz Francisco Vincensotti Junior.
Conferência Livre a partir desta sexta: ‘Não há conselhos ou receitas’, diz George Winnik
Começa nesta sexta, 09/12, às 18h, no Auditório Multimídia do CCH/UENF, a Conferência Livre de Campos / Consocial-Livre, reunindo diversas instituições e organizações, além de representantes do poder público, como OCSP, MPF, PMCG, CVCG, UENF, UFF e IFF. Antes, às 17h, haverá credenciamento e aprovação do regimento Geral. Após a abertura haverá palestra sobre o tema “Programa Cidades Sustentáveis”, com George Winnik, da Rede Nossa São Paulo. No sábado, das 9h às 12h, haverá debate em grupos. A plenária final está prevista para o período das 13h30 às 18h.
Em entrevista à Assessoria de Comunicação da UENF por e-mail, George Winnik – da Rede Nossa São Paulo – se mostra atento à realidade de Campos, mas ressalta que não vem dar ‘conselhohs ou receitas’, já que, em sua visão, a construção de soluções é ‘prioritariamente uma responsabilidade das pessoas da cidade’.
Confira a entrevista:
ASCOM UENF: Poderia nos explicar, em resumo, em que consiste a experiência do movimento ou rede Nossa São Paulo?
George Winnik: A Rede Nossa São Paulo foi criada em 2007, tendo como objetivos mobilizar diversos segmentos da sociedade para, em parceria com instituições públicas e privadas, construir e se comprometer com uma agenda e um conjunto de metas, articular e promover ações, visando a uma cidade de São Paulo justa e sustentável. Hoje fazem parte da Rede mais de 650 instituições, empresas, organizações populares que juntos procuram contribuir para que a Cidade de São Paulo seja uma cidade com maior qualidade de vida para toda a população e para as futuras gerações. Algumas ações que ocorreram neste período são a melhor articulação de indicadores sobre a cidade, pesquisas realizadas em parceria com o Ibope para medir a percepção da população sobre as politicas públicas, índice de referências de bem-estar, mobilidade. A Rede também fez a proposta de emenda à constituição municipal criando o Plano de Metas para a cidade, obrigando o gestor público a transformar suas promessas de campanha e o que está definido no Plano Diretor em metas para toda a cidade e para cada uma das regiões, com ações, prazos, custos e locais onde serão realizadas. Neste momento, junto com o Instituto Ethos e a Rede Brasileira de Cidades Justas e Sustentáveis, está apresentando o Programa Cidades Sustentáveis visando contribuir para que as campanhas políticas do próximo ano estejam sintonizadas com um modelo de Desenvolvimento Sustentável. Vocês podem conhecer melhor o que é a Rede Nossa São Paulo realiza acessando o portal da Rede: www.nossasaopaulo.org.br .
ASCOM UENF: O senhor tem algum conhecimento prévio ou referência mais ou menos consistente sobre a situação de Campos dos Goytacazes no que se refere à questão do controle social? De que forma a experiência de São Paulo pode ser inspiradora?
George Winnik: Obviamente tenho algum conhecimento sobre a cidade de Campos dos Goytacazes. Contudo não estou vindo para dar conselhos ou receitas, pois o enfrentamento dos problemas e a construção de soluções é prioritariamente uma responsabilidade das pessoas da cidade. Fui convidado a contribuir no diálogo sobre o Programa Cidades Sustentáveis, que também está sendo apresentado para todas as cidades brasileiras e que pode contribuir para que suas população, partidos políticos e candidatos tenham uma agenda e ações melhor alinhadas com os desafios de construir um desenvolvimento mais sustentável. Até o momento, em várias cidades brasileiras, o interesse e a adesão ao Programa Cidades Sustentáveis tem sido muito expressivo.
ASCOM UENF: Parece que esforços de estímulo à participação coletiva geralmente envolvem persistência e até uma dose de paciência para que os resultados comecem a aparecer. Na sua opinião, o que se pode esperar desta Conferência em Campos?
George Winnik: Realmente, contribuir para despertar o interesse de setores da população para que conheçam e defendam seus interesses, de forma mais organizada, tem sido um trabalho desafiador. Aliás, este tem sido um obstáculo para que o Brasil assuma um papel mais relevante na construção de um desenvolvimento mais sustentável. Neste sentido, a Conferência pode desempenhar um papel importante no empoderamento das pessoas para o exercício da cidadania, resultando em uma Campos dos Goytacazes melhor e com mais qualidade de vida para todos.
ASCOM UENF: Como blindar movimentos deste tipo da instrumentalização por parte de partidos ou forças político-partidárias movidos por objetivos particulares, ainda que legítimos no âmbito da disputa política, e garantir que tais movimentos sejam de fato expressão da coletividade?
George Winnik: Riscos de toda ordem sempre vão existir. O fato de estarmos vivos já nos coloca a todos em grandes riscos constantemente. Mas nem por isso queremos estar mortos para evitar os riscos! Assim também o exercício da ação politica, que deveria ser uma das atividades mais nobres criadas pela humanidade, pois é o que possibilita a convivência das pessoas em ambientes complexos como cidades e nações, e deve ser cada vez mais apropriado por todos. Os partidos políticos são instrumentos do exercício do poder. Se muitos não correspondem ao que queremos, devemos criar outros instrumentos para este exercício ou aperfeiçoar os partidos, participando desta construção. Ninguém deve abdicar de sua parcela de poder, pois este será apropriado por outro, que nem sempre tem os mesmos propósitos. Assim, acredito que a melhor blindagem para a intrumentalização é a participação cidadã, a educação cidadã, de forma organizada com seus pares. Isso possibilita a construção de uma ampliação de sua visão e consciência. A consciência e a organização são fatores essenciais para evitar a instrumentalização.
ASCOM UENF: Campos está ameaçada de perder os recursos dos royalties do petróleo, que compõem parte esmagadora de seu orçamento. Acha que este contexto ajuda ou atrapalha a organização da sociedade no controle da gestão pública?
George Winnik: Essa é uma questão polêmica e que está sendo debatida em todo o país. Contudo, é sempre muito arriscado ficar dependendo de poucas alternativas ou fontes de recursos. É sempre prudente aproveitar as oportunidades no tempo da bonança para se preparar melhor caso estas fontes venham a sofrer alguma restrição. Neste sentido, é fundamental que a sociedade de Campos dos Goytacazes veja as melhores formas para construir seu futuro. Quanto maior a participação e o comprometimento, tanto melhores serão as soluções construídas.
ASCOM UENF: Fique à vontade para fazer qualquer outro tipo de comentário.
George Winnik: Obrigado pela oportunidade de dialogar. Espero que seja util de alguma forma para as pessoas da cidade. Estou à disposição para continuar o diálogo. Quero lembrar mais uma vez que muitas outras informações sobre o que a Rede Nossa São Paulo e o Programa Cidades Sustentáveis estão construindo e alcançando podem ser obtidos nos sitesa seguir: www.nossasaopaulo.org.br e www.cidadessustentaveis.org.br.
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