Campos dos Goytacazes, sexta-feira, 19 de outubro de 2012 – nº 3.093
Professores da UENF encerram greve e entram em ‘estado de greve’
Reunidos em assembleia na manhã desta sexta-feira, 19/10, os professores da UENF decidiram suspender a greve e entrar em estado de greve até que o Governo do Estado atenda às suas reivindicações. A proposta de suspensão imediata da greve venceu por 41 votos contra 21. Conforme ofício enviado pelo secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Luiz Edmundo Costa Leite, ao presidente da Associação dos Docentes da UENF (Aduenf), Raul Ernesto Lopez Palacio, em 17/10, está agendada uma reunião no próximo dia 05/11 entre representantes dos professores e as equipes das Secretarias de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e de Ciência e Tecnologia (Sect) para o início das negociações.
— Tentamos negociar com o Governo durante um ano e meio e não conseguimos. Suspendendo a greve neste momento, estamos dando um voto de confiança ao Governo do Estado — afirmou o presidente da Aduenf.
O reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, disse que na próxima semana deverá ser estabelecido um novo calendário acadêmico, incluindo a reposição das aulas. Ele ressaltou que tudo será feito para que a reposição preserve, acima de tudo, a qualidade do ensino.
— A decisão de suspender a greve foi sensata. Acredito que o Governo será sensível às reivindicações, pois elas são justas e a UENF é uma universidade muito importante não só para a região como para todo o país. Esperamos agora voltar à normalidade e dar continuidade a outras pautas também importantes da Universidade, como a expansão e os novos cursos — disse o reitor.
A greve dos professores da UENF foi deflagrada assim que o primeiro semestre letivo de 2012 foi concluído, em 10/08/12. A greve dos técnicos, iniciada em 22/08/12, foi encerrada em 09/10/12.
Porto do Açu em debate na Semana de C&T
Um dos debates realizados na IX Semana Nacional de Ciência e Tecnologia teve como tema o “Complexo Industrial Porto do Açu: Transformação econômica x garantia de distribuição da riqueza”. A mesa redonda, ocorrida na quinta, 18/10, contou com a participação dos professores Roberto Moraes Pessanha (IFF), Ana Maria da Costa (UFF), Alcimar das Chagas Ribeiro e Paulo Roberto Nagipe (UENF).
Na apresentação do professor Roberto Moraes foi discutido o processo de evolução e geração do Porto do Açu e como se deu a articulação do capital.
— A vantagem do sistema portuário foi a expansão da área econômica. O desenvolvimento passou por quatro princípios e atualmente estamos vivenciando a 5ª geração de porto-MIDAs (Maritime Industrial Development Areas), uma grande retroárea Porto-indústria, na qual houve decisões de projetos, compras de fazendas e sistemas de desapropriação. Com um conjunto de impactos fica difícil avaliar, mas será que isso vai gerar mais ou menos desigualdade na nossa região? — questionou Roberto.
O professor da UENF, Alcimar Chagas, mostrou estudos do impacto ambiental devido à intervenção do Porto. Um embate que gera expectativas e incertezas na população. Além disso, Alcimar verificou a possibilidade de inserção dos atores profissionais na área e apresentou indicadores que revelam um crescimento de emprego entre 2008 e 2011, porém com pouca qualidade.
— A região gera um emprego que não é sustentável, pois é baseado na área do açúcar e álcool. O nível de investimento não chega a 5%, o município não prepara a população para o futuro. Uma alternativa para o desenvolvimento seria a criação de uma coordenação institucional, juntamente com o governo e um centro de pesquisa para obter um sistema agronegócio que atenda às diferentes demandas — concluiu.
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