Campos dos Goytacazes (RJ), quinta, 22 de dezembro de 2011 – Nº 3.017
Litoral fluminense pode abrigar Geoparque
Em 1832, o navio Beagle atracou no porto do Rio de Janeiro trazendo a bordo aquele que viria a ser um dos cientistas mais famosos da História: Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução. Montado em um cavalo, Darwin percorreu 241 quilômetros dentro da Mata Atlântica, chegando até o Parque do Desengano, ao lado de Santa Maria Madalena. Agora, este caminho pode vir a integrar o Geoparque Costões e Lagunas do Estado do Rio de Janeiro — constituindo o segundo Geoparque brasileiro, ao lado de Araripe (CE).
Um dossiê defendendo a criação do Geoparque está sendo elaborado por pesquisadores brasileiros — em especial a professoa Kátia Mansur (UFRJ) e a pesquisadora Gisele Vasconcelos (ETH-Zurich) — e deverá ser encaminhado em breve à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A geóloga Maria da Glória Alves, que coordena as ações na UENF, lembra que o próprio tataraneto de Darwin, o britânico Randal Keynes, que em 2008 refez o “caminho de Darwin” no Brasil, está apoiando a criação do Geoparque.
A proposta é que o Geoparque Costões e Lagunas do Estado do Rio de Janeiro seja composto por toda a área litorânea que vai de Maricá até São Francisco de Itabapoana. Segundo Maria da Glória, a área em questão apresenta uma rica geodiversidade, sendo portanto de grande interesse científico, didático-pedagógico, turístico e ecológico.
— Enquanto a biodiversidade é constituída por todos os seres vivos e é consequência da evolução biológica ao longo do tempo, a geodiversidade é composta por todo o arcabouço terrestre que sustenta a vida, sendo o resultado da lenta evolução da terra. Ambas são essenciais e devem ser preservadas — explica.
Segundo a Unesco, os geoparques são territórios de limites bem definidos com uma área suficientemente grande para servir de apoio ao desenvolvimento socioeconômico local. Além de abrangerem sítios geológicos de especial importância científica, devem ainda ter relevância ecológica, arqueológica, histórica e cultural.
— O Geoparque é uma forma inovadora de promover o desenvolvimento pela proteção do patrimônio natural e cultural e seu uso para o turismo, a educação e a geração de emprego e renda para a população local — afirma Maria da Glória, lembrando que em julho foi realizado um voo na região para a elaboração de um vídeo que acompanhará o dossiê, com suporte financeiro do projeto Pethros (Petrobras e ETH Zurich).
Também foi realizado um inventário preliminar contendo: a) seleção de pontos mais relevantes do patrimônio geológico, cultural, histórico, pré-histórico, ecológico, turístico, etc que podem ser pontos de visitação atual ou futura do geoparque; b) indicação dos principais projetos educacionais em andamento ou em implantação; c) artesanato e gastronomia típicos; d) comunidades tradicionais (pescadores, quilombolas, agrícolas, etc; e e) pontos de cultura, teatros, museus etc. A próxima etapa é produzir um livro do geoparque seguindo a metodologia adotada no Atlas: Patrimônio Natural e Cultural de Campos dos Goytacazes, das professoras Maria da Glória Alves e Simone Teixeira, publicado em 2008 pela Eduenf.
Além da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da ETH-Zurich e da UENF, estão envolvidas a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedeis), Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Departamento de Recursos Minerais (DRM), Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), entre outros.
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