23/08/12

Campos dos Goytacazes (RJ),  quinta-feira, 23 de agosto de 2012 – Nº 3.072

Uma história de determinação e perseverança

Nascida e criada em comunidade carente próxima ao campus, Verônica Moço conquista diploma universitário pela UENF

Verônica Sabrina da Silva Moço (esq.) e a mãe, Maria da Conceição Moço
Verônica (esq.) com a mãe Conceição: determinação

Proximidade física e distância social: é assim que muitos enxergam a relação entre universidades públicas e comunidades carentes que vivem no seu entorno. Mas não foi o que aconteceu na vida de Verônica Sabrina da Silva Moço. Nascida e criada nos arredores do Campus Leonel Brizola, da UENF, ela acaba de se formar no curso de licenciatura em Biologia da Universidade. Filha de uma servidora terceirizada da área de limpeza, Verônica defendeu no início deste mês (03/08/12) sua monografia de final de curso: foi um estudo sobre o capim-limão (Cymbopogon citratus), espécie medicinal e aromática muito utilizada pela indústria de cosméticos.

A nova licenciada em Biologia sempre se interessou pelas atividades oferecidas pela UENF. Quando criança, participou do projeto ‘Recreando’, desenvolvido no campus pela Fenorte, e ali recebeu aulas de dança, violão, vôlei e inglês. Durante todo o tempo, Verônica contou com o incentivo da mãe, Maria da Conceição Moço, que atua na UENF desde 2001, quando exercia o trabalho de agente multiplicadora.

– Eu estava sempre na UENF e via a importância da Universidade para o país – diz Conceição.

Verônica é a segunda filha de Conceição a completar um curso superior, mas é a primeira da família a se formar em uma universidade pública. Para construir sua trajetória, contou com outro instrumento oferecido no campus universitário: o Pré-Vest/UENF, cursinho gratuito criado especialmente para pessoas de renda mais baixa e que desde 1995 é tocado voluntariamente por ex-alunos da própria UENF.  Determinada, Verônica cursou o pré-vestibular no último ano do ensino médio, em 2007, e já em 2008 ingressou no curso de Biologia.

– A UENF me ofereceu muitas oportunidades. A dificuldade está antes, na educação pública de ensino básico – afirma a formanda, que cursou o ensino fundamental e médio em escola pública e pretende continuar os estudos realizando pesquisas voltadas para o melhoramento da educação básica.

A monografia de Verônica Moço foi orientada pelo professor Silvério de Paiva Freitas e teve a coorientação da pós-doutoranda Claudia Lopes Prins, que tinha tido o auxílio de Verônica em sua pesquisa de doutorado. Para Silvério, hoje reitor da UENF, a luta pela democratização da universidade pública não acaba nunca, mas histórias como a de Verônica indicam que existem muitos instrumentos de inclusão social nas universidades.

– Nosso papel é fortalecer e aperfeiçoar este processo – argumenta.

XXXI Jornada Fluminense de Botânica

Professora Maura da Cunha, da organização da XXXI Jornada Fluminense de Botânica
Maura da Cunha

Tem início no próximo mês a XXXI Jornada Fluminense de Botânica, que será realizada no Centro de Convenções do Vilarejo Praia Hotel , em Rio das Ostras (RJ). O evento começa em 20/09  e se estende até 23/09 e  tem como tema ‘Riqueza, diversidade e conservação do componente vegetal dos ecossistemas fluminenses‘.

A jornada conta com a parceria de seis universidades do Estado: UENF, Uerj, UFRRJ, JBRJ, PUC e UGF, tento como coordenadora a professora Maura da Cunha, do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB)  da UENF. Segundo ela, poderão ser feitas 300 inscrições até o dia do evento, porém, já foram realizadas cerca de 230.

— A UENF está em segundo lugar em número de inscrições, perdendo apenas para a Uerj. A universidade terá grande participação, tanto de alunos quanto de professores, que apresentarão seus projetos. São 133 resumos científicos enviados até agora, que serão avaliados e expostos. Também teremos a presença de cinco palestrantes só da UENF, entre eles o professor Marcelo Trindade,  membro do comitê científico. O reitor, Silvério Paiva Freitas, fará sua participação na cerimônia de abertura, dia 20 — destaca Maura.XXXI Jornada Fluminense de Botânica

Criado em 1980, o evento é reconhecido por reunir botânicos de todo o Estado, tendo como missão discutir temas atuais em botânica através de ciclo de palestras, mesas redondas e apresentação de trabalhos científicos, além de organizar excursões científicas em áreas verdes do Estado Rio de Janeiro. Contribui ainda para a formação de recursos humanos, com a realização de minicursos.

— Em 2012, a comissão organizadora julga a possibilidade de unir forças de várias instituições do estado do Rio de Janeiro para a construção de um evento em Botânica com uma visão integrada do trinômio Ensino-Pesquisa-Extensão um dos pilares para promover a integração e interdisciplinaridade das pesquisas em botânica brasileiras.

Além do tema principal, também será feita uma homenagem ao centenário de nascimento da primeira dama da botânica e primeira mulher a fazer um curso de graduação nesta área no Brasil, dra. Graziela Maciel Barroso. Em reconhecimento ao exemplo de vida e à obra deixada por esta pesquisadora, a comissão organizadora escolheu uma espécie que leva o seu nome como planta símbolo do evento: Tillandsia grazielae Sucre & Braga, da família Bromeliaceae, que se encontra ameaçada de extinção.

UENF recebe campista que foi chef de cozinha nas Olimpíadas

Najara Ferreira, chef de cozinha, em palestra na UENF
Najara Ferreira atuou nas Olimpíadas de Londres

Ela começou vendendo salgadinho nas ruas do Rio de Janeiro e se transformou numa chef de cozinha reconhecida internacionalmente. Responsável pelo cardápio dos atletas brasileiros nas Olimpíadas de Londres, a campista Najara Ferreira esteve na UENF na última terça-feira, 21/08, proferindo palestra a convite da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares (ITEP), vinculada à Pró-Reitoria de Exensão e Assuntos Comunitários (PROEX).

Durante a palestra — acompanhada por estudantes de gastronomia, professores, manipuladores de alimentos, instrutures de culinária e funcionários de restaurantes — Najara disse que, para obter boas práticas nos serviços de alimentação,  é necessário ter um cuidado extremo com a chamada ‘contaminação cruzada’, que ocorre quando são misturados produtos crus de origens diferentes ou quando produtos já cozidos entrem em contato com produtos crus.

— Para evitar a contaminação cruzada, por exemplo, jamais misture carne de frango com carne bovina. Nunca utilize a mesma tábua em que cortou  o frango cru cortando o frango cozido. Do contrário, há riscos de proliferação microbiana e de enfermidade — afirmou.

Najara destacou ainda o valor dos sabores, temperos e perfumes do Brasil e falou sobre a importância de lavar as mãos e o cuidado ao preparar a comida.

— Uma peça de filé mignon no exterior custa 190 dólares.  Eu adoro a cozinha italiana e francesa, mas a brasileira tem um sabor diferencial. Precisamos valorizar o que nós temos. No Brasil, a legislação deveria dividir o trabalho da cozinha e o do caixa. Quem mexe com comida não pode mexer com dinheiro. Mas infelizmente não é isso que acontece. E um dos pontos mais importantes é, sem dúvida, lavar bem as mãos o tempo todo  — frisou.

Sobre o trabalho em Londres, preparando alimentos para os atletas, ela disse que foi árduo, mas muito prazeroso.

— Eu trabalhava de 15 a 17 horas por dia e só com um dia de folga. Fiquei 45 dias sem ver meu filho, mas estou muito feliz. Cozinha é generosidade, é cuidado. Eu sou feliz cozinhando — afirmou.

Antes de se tornar chef de cozinha, Najara passou por vários restaurantes como ajudante de cozinha. Durante a palestra ela falou um pouco sobre este percurso.

— Eu fazia uma lista de lugares que desejava trabalhar e, por incrível que pareça, consegui tudo com muito trabalho e esforço. É necessário seguir um objetivo para não perder o foco — disse Najara, que está na profissão há dez anos.

Pré-Vest/UENF: inscrições de 03/09 a 10/10

O Pré-Vest/UENF recebe de 03/09 a 10/10/12 as inscrições para o processo seletivo da turma de 2013. Serão oferecidas 80 vagas, com aulas noturnas de segunda a sexta e diurnas aos sábados. Outras dez vagas poderão ser preenchidas por ex-alunos do próprio cursinho, que não tem mensalidades e seleciona seus candidatos através de critérios socioeconômicos.

Para se inscrever é preciso comparecer à secretaria do cursinho (Av. Alberto Lamego, 2.000 – Prédio da Reitoria – Sala 120 – Parque Califórnia – Campos dos Goytacazes-RJ), pagar uma única taxa de R$ 15,00 e retirar o kit composto por Requerimento de Inscrição, Manual do Candidato, Questionário Socioeconômico e envelope padronizado. Na data agendada, o candidato deve devolver os formulários preenchidos e a documentação solicitada.

Haverá uma prova baseada em conteúdos do ensino fundamental, onde o candidato precisa acertar ao menos 40% das questões e não tirar zero em nenhuma disciplina. Mas o principal critério de seleção é a análise socioeconômica baseada nas informações do questionário, que são checadas em entrevista e, se necessário, em visitas domiciliares.

Consulte o edital.

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