FEIJÕES DO RIO DE JANEIRO: UMA REDE DE VALORIZAÇÃO E SALVAGUARDA DA AGROBIODIVERSIDADE FLUMINENSE

O Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV/UENF) realizou um amplo mapeamento da diversidade, usos, preferências e manejo do feijão-comum em mais de 200 unidades agrícolas tradicionais fluminenses, abrangendo 29 municípios das regiões Norte, Noroeste, Centro e Baixada Litorânea do estado do Rio de Janeiro. Como resultado desse trabalho, foi criada a “Coleção de Feijões do RJ”, composta por 270 variedades de feijão-comum doadas por agricultores fluminenses. Com o propósito de conservar essa diversidade genética e cultural e de fortalecer as parcerias e interações entre agricultores e o meio científico-institucional, estabeleceu-se um inovador modelo de gestão compartilhada, no qual os agricultores mantenedores das variedades e a UENF atuam conjuntamente na preservação desse patrimônio. A partir dessa iniciativa, estruturou-se uma rede colaborativa composta por agricultores, extensionistas, gestores públicos, estudantes e pesquisadores, que vem conduzindo ações estratégicas voltadas ao resgate e valorização da agrobiodiversidade. Entre as principais iniciativas, destacam-se a organização do “Fórum de Gestão Compartilhada”, um espaço de diálogo e construção coletiva sobre a conservação e o manejo participativo das variedades locais, e a publicação do “Catálogo da Diversidade do Feijoeiro no Estado do Rio de Janeiro” (https://pgmp.uenf.br/feijoes-do-rio-de-janeiro/), que divulga a riqueza genética dos feijões manejados no estado e fortalece o reconhecimento do papel dos agricultores na preservação da diversidade agrícola. Dessa forma, o projeto “Feijões do Rio de Janeiro” tem como objetivo fortalecer a rede de salvaguarda da diversidade agrícola e dos saberes tradicionais fluminenses, além de contribuir para a organização social e produtiva dos agricultores familiares. Atualmente, uma das ações centrais do projeto é a “Feira Itinerante de Troca de Sementes e Saberes”, iniciativa voltada ao resgate, troca e conservação de variedades tradicionais nos diversos municípios do estado. As três primeiras edições, realizadas em Itaocara, Porciúncula e Araruama, reuniram mais de 250 participantes e possibilitaram a troca de centenas de variedades de olerícolas, grãos, frutíferas, plantas medicinais e ornamentais. Em 2025, o projeto pretende expandir a Feira Itinerante de Troca de Sementes e Saberes para novos municípios, ampliando o alcance das ações de conservação da agrobiodiversidade, fortalecendo as redes de troca de sementes e saberes e valorizando os agricultores como guardiões do patrimônio genético e cultural do estado.

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