Dissertações de Mestrado 2012 – ÉRICA FERREIRA PEÇANHA

Resumo

Estima-se que o consumo atual de concreto no mundo seja da ordem de 11 bilhões de toneladas ano. Há informações de que seja o segundo material mais utilizado pela humanidade, perdendo a primeira posição apenas para água. No entanto, ao longo dos anos tem-se percebido as limitações do cimento Portland, utilizado na fabricação do concreto convencional, relacionadas à durabilidade, resistência a altas temperaturas e resistência em face de ambientes agressivos. Existe ainda a preocupação com a questão ambiental, visto que a queima do clínquer resulta em alta emissão de CO2 na atmosfera, e a disponibilidade de matéria prima para sua fabricação no futuro. Desta forma, o alvo de muitas pesquisas sobre novos materiais têm sido encontrar aglomerantes alternativos, que tenham desempenho físico, químico e mecânico superior, além de reduzir o impacto ambiental causado pela fabricação do cimento Portland. Um grupo de pesquisadores liderados pelo químico francês, Dr. J. Davidovits, vem estudando o concreto de cimento geopolimérico (CCG), patenteado em 1982, à base de pozolana artificial álcali-ativada, de ultra alta resistência inicial e curável a temperatura ambiente. No Brasil esse material vem sendo estudado em diversas instituições. Os resultados conseguidos até o momento revelam que o CCG é mais resistente à carbonatação e ao ataque por ácidos do que o concreto de cimento portland (CCP), possui aderência compatível ao CCP e ao aço, podendo ser utilizado para reparos e reforços de estruturas. Os experimentos desta pesquisa buscaram complementar o conhecimento das propriedades físicas e mecânicas do CCG, ainda pouco estudadas. Para tal, foram realizados ensaios de compressão, módulo de elasticidade, permeabilidade, absorção e retração (autógena e hidráulica). Os resultados mostraram que o CCG é menos permeável, mais rígido e retrai menos que o CCP, além de elevada resistência mecânica inicial, sugerindo ser o CCG uma excelente alternativa para realização de reparo e reforço estrutural.

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