Tese de Doutorado 2018 – CAROLINE VIEIRA LANNES

Resumo
O desenvolvimento do concreto autoadensável aumentou a facilidade de execução das estruturas devido à sua capacidade de autocompactação. A utilização do concreto leve ao longo dos últimos anos vem sendo, cada vez mais adotada em inúmeras aplicações, devido ao seu bom comportamento mecânico e durabilidade. Porém, estudos relacionados à aplicação do concreto leve em conjunto à técnica de autoadensabilidade, para utilização no setor construtivo, são relativamente recentes. Com o intuito de melhor entender o comportamento estrutural ao cisalhamento, vigas de concreto foram moldadas neste trabalho, com emprego de cimento Portland, adição mineral, aditivo químico, agregado graúdo leve de argila expandida e areia quatzosa. Foi realizada inicialmente a caracterização dos materiais, em seguida, cinco misturas foram confeccionadas: uma de Concreto Convencional de Referência (CCR), outra de Concreto Leve Estrutural (CLE), ambas com necessidade de adensamento mecânico e três misturas de Concreto Leve Autoadensável (CLAA), com resistências médias à compressão (fcm) aos 28 dias de aproximadamente 30 MPa. Os concretos foram caracterizados através de ensaios reológicos e mecânicos. Na sequência 26 vigas foram confeccionadas, com dimensões de 15 cm x 30 cm x 200 cm, sem armadura transversal, dimensionadas para ruptura por cisalhamento, quando submetidas ao ensaio de flexão a quatro pontos. As características dos concretos, as taxas de armadura longitudinal (0,8b = 1,68%, 0,6b = 1,27% e 0,4b = 0,89%) e as relações entre o vão de cisalhamento e a altura efetiva (1,87 a 2,71) foram as principais variáveis estudadas. As vigas foram comparadas com base no padrão de fissuração, carga de fissuração diagonal, resistência última ao esforço cortante e deformações específicas do concreto e do aço. As resistências obtidas experimentalmente também foram comparadas à estimativas teóricas das normas ABNT NBR 6118 (2014), ACI-318 (2014), CSA A23.3 (2004), CEN EC-2 (2004). As vigas moldadas com CLE apresentaram resultados bastante próximos aos das vigas de referência, enquanto as vigas moldadas com CLAA se mostraram menos resistentes quando comparadas às confeccionadas com CCR.

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