Pesquisa investiga leveduras como modelo para pesquisas biomédicas

A estudante Manuela Izabel Paes Pinto do curso de Licenciatura em Biologia sempre recebeu o incentivo dos professores do ensino médio na cidade de Varginha, em Minas Gerais. Ao retornar para sua cidade de origem, Campos dos Goytacazes, resolveu apostar numa graduação de excelência e na prática pela pesquisa.

“Desde nova sempre fui apaixonada pela Biologia e pela pesquisa e vi na UENF a oportunidade de estar perto do laboratório e com orientadores dedicados. A Manuela Pinto cursa Licenciatura em Biologia na UENF Iniciação Científica entrou na minha vida devido as aulas práticas em laboratório que me fizeram despertar o interesse pela Ciência. A pesquisa está sendo de suma importância para minha formação profissional, pois me possibilita ter maior contato com o mundo acadêmico e com projetos, além de conhecer pesquisadores renomados na minha área e vislumbrar fazer uma pós-graduação”, informou a estudante.

Manuela diz que a IC tem aberto portas e sua inspiração são seus orientadores, que foram determinantes na decisão de seguir o caminho da pesquisa.

“Pretendo no futuro fazer uma pós-graduação, aprimorar meus conhecimentos, e aprender técnicas mais avançadas na mesma área que atuo, pois durante a IC me identifiquei com o projeto e com as rotinas do laboratório. Durante o período de pandemia, tenho me dedicado à compilação de dados obtidos anteriormente. Montamos uma apresentação, seguindo orientações sobre novas hipóteses e planejamos os próximos passos. Também continuamos com a leitura de artigos científicos em especial da minha área de atuação, além de complementares, fazendo cursos online e assistindo lives disponibilizadas por instituições de ensino. Eu também participei como monitora voluntária de um projeto de extensão de um curso online sobre Covid-19, em que foram levantados dados que contribuem para o entendimento da doença no município de Campos”, relata a estudante. .


Conheça a pesquisa

O projeto que a estudante Manuela Izabel Paes Pinto desenvolve no Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microorganismos (LFBM), do Centro de Biociência e Biotecnologia (CBB), tem como título “O papel da calcineurina na biossíntese de polifosfatos inorgânicos e a resistência de levedura aos metais pesados”. Manuela é orientada pelos professores Lev Alexandrovitch Okorokov e Anna Lvovna Okorokova.

“Usamos leveduras como modelo para pesquisas biomédicas, onde exploramos as relações entre o metabolismo de polifosfatos e a energização de membranas celulares por bombas iônicas (H+-ATPases). Estes fenômenos são regulados por calcineurina, uma proteína fosfatase cálcio/calmodulina dependente essencial para sinalização da proliferação celular. Os polifosfatos são biopolímeros presentes em todas células vivas, são moléculas armazenadoras de energia potencial e fosfato. Células com alta demanda energética e poder proliferativo, como as neuronais, cardíacas, hepáticas, imunológicas e as tumorais, são ricas em polifosfatos.

A estudante explica ainda que os polifosfatos são armazenados em vacúolos, onde sua síntese e translocação requer energização via H+-ATPases, mas também são presentes no núcleo, mitocôndria, e na membrana plasmática, onde influenciam a resposta imune.

“Os polifosfatos também formam complexos com metais e poliaminas, e nosso grupo tem explorado exatamente estas interações onde as H+-ATPases e estes biopolímeros, orquestrados por calcineurina, integram sinalizações iônicas importantes nos processos de reprogramação metabólica associados a doenças que envolvem eventos proliferativos exacerbados, como no câncer ou virulência de patógenos, incluindo fungos e vírus”, disse ela.
A

Por Jane Ribeiro

Retornar à home da Revista