Educação do Campo é tema de pesquisa premiada no X CONFICT

A campista Joyce Gonçalves Lisboa Pacheco, 26 anos, foi premiada no X CONFICT apesar do curto período de trabalho na Iniciação Científica. Aluna de escola pública, ela concluiu o ensino médio no Colégio Estadual Dom Otaviano de Albuquerque e considera uma vitória estudar na UENF. Inicialmente, optou pelo curso de Licenciatura em Matemática, mas não se adaptou e encarou o ENEM novamente para cursar Pedagogia.

Ela conta que teve que fazer um pré-vestibular e se dedicar mais aos estudos para conseguir passar para a UENF. “O caminho foi longo, muitas vezes desanimador, mas me fez crescer como pessoa e como estudante. Estar aqui hoje é uma realização para mim e para minha família. Ganhar a premiação com menos de um ano de IC foi uma grata surpresa. Meu objetivo era apresentar o trabalho da melhor maneira possível e já estava feliz por ter conseguido. A sensação que fica é que tudo que a gente faz por mais difícil que pareça vale o esforço e a dedicação”, declara Joyce.

A universitária lembra como foi conseguir a bolsa de Iniciação Científica. “O professor Rodrigo da Costa Caetano precisava de um estudante para submissão de proposta ao edital de Iniciação Científica e uma colega de turma que era sua orientanda de extensão perguntou se eu tinha interesse em tentar e eu aceitei”, diz.

Empolgada com o trabalho na IC, Joyce pretende seguir estudando após concluir a Licenciatura em Pedagogia. “No começo foi um grande desafio e pensei em desistir. A escrita tem sido um dos maiores desafios e a Iniciação tem muita importância nesse aspecto, porque já consigo perceber a diferença de quando comecei. Pretendo continuar e enfrentar novos desafios”, afirma Joyce.

Conheça a pesquisa

Joyce trabalha na pesquisa “A Educação do Campo e as perspectivas no assentamento da Reforma Agrária Zumbi dos Palmares – RJ”, no Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico (LEEA), do Centro de Ciências do Homem (CCH), com a orientação do professor Rodrigo da Costa Caetano. O objetivo é analisar a Educação do Campo no Brasil e verificar como vem sendo “desenvolvida” no Assentamento Zumbi dos Palmares.

Segundo a estudante, com o estudo é possível perceber como a educação para as populações rurais é negligenciada ao longo dos anos e como a maioria maioria desconhece a educação a qual tem direito. “São dois modelos distintos: a Educação Rural, que desconsidera o campo como um espaço social e de construção de identidade; e a Educação do Campo, que tem como base as lutas dos movimentos sociais, propondo a valorização do saber produzido pelo indivíduo da área rural”, informa.

Ela salienta que é notório como Campos é uma cidade com tanta ruralidade e não possui políticas públicas efetivas para uma Educação do Campo. Uma das justificativas da pesquisa é o interesse em estudar e compreender melhor esse tema que é pouco debatido no meio acadêmico e de grande relevância para a formação no curso de Pedagogia.

Por Francislaine Cavichini

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