Pamela Cremonez: amor pela Botânica e sonho de salvar o planeta

A estudante Pamela Maciel Cremonez atua no LBCT, no CBB

Foi em uma palestra que a estudante Pamela Maciel Cremonez, 24 anos, encontrou o que ela considera um novo amor: a Botânica. Natural do município de São Fidélis, no Norte Fluminense, ela concluiu o Ensino Médio em um colégio da rede estadual, mas não sabia qual caminho seguir. Ela descobriu que em São Fidélis tinha um polo do Cederj-UENF e resolveu cursar Licenciatura em Biologia.

O contato com a atual orientadora, a professora Maura da Cunha, foi durante uma palestra no polo. “Posso dizer que foi a UENF que me escolheu”, brinca Pamela. Depois de alguns períodos, ela decidiu entrar para o curso presencial na UENF, onde passou a atuar no laboratório.

“Escolhi a Biologia, pois meu intuito era salvar o mundo, salvar as florestas e os seres vivos em geral dessa grande destruição humana, mas acabei me perdendo nesse processo”, avalia.

Agora mais madura e com mais conhecimento, Pamela acredita que a educação de qualidade é libertadora. “Com meus conhecimentos biológicos, creio que é possível salvar o planeta pela conscientização coletiva. Na Botânica, achei meu caminho, pois não somos nada sem os vegetais e é observando e cuidando que nos tornamos parte do todo”, analisa a estudante.

Conheça a pesquisa

Pamela Cremonez atua no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), sob a orientação da professora Maura da Cunha. A pesquisa busca entender como a espécie vegetal, Nanuza plicata, sobrevive em seu ambiente, visto que ela coloniza afloramentos rochosos, chamados de inselbergs.

Segundo a estudante, a espécie sobrevive em um meio onde há forte radiação solar, com pouco sedimento para se fixar, em cima de uma rocha e com pouco acesso à água. Ela pode ficar semanas sem água, mas as folhas demoram dias para perder a coloração verde. A espécie pode perder até 99% do seu conteúdo de água sem morrer.

“Quando chove há a absorção de água e em 24 horas as folhas ficam verdes de novo, ou seja, ela é resistente a estresses hídricos, ou melhor, tolerante à dessecação, pois não apenas resiste como tolera e desenvolve mecanismos estruturais para passar pelos estágios de seca, enfrentando fortemente a falta de água”, detalha a estudante.

Essas plantas são chamadas de revivescentes, pois amostras de folhas da Nanuza plicata foram coletadas no maciço do Itaoca (Morro do Rato), em Campos dos Goytacazes. O estudo visa analisar as diferenças foliares do estado hidratado e do estado ressecado, além de verificar estruturalmente como a planta consegue sobreviver nesse meio pela anatomia celular.

“Nos meus próximos passos, pretendo utilizar os conhecimentos obtidos para conscientização sobre a importância da preservação da Mata Atlântica”, informa Pamela.

Por Francislaine Cavichini

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