Estudo desenvolve tecnologia para manter frutos conservados por mais tempo
O campista Matheus Sales de Lacerda, 22 anos, cursa Licenciatura em Física na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). O interesse pela área de Exatas – Matemática e Física – surgiu no Ensino Médio e a partir daí ele resolveu investir em uma graduação que aprofundasse o conhecimento.
O primeiro passo no Ensino Superior foi no curso de Engenharia Civil, o qual cursou um ano em uma universidade particular de Campos. Uma conversa com um professor fez com que Matheus mudasse os planos para investir na Física.
Ao começar a graduação na UENF, o estudante teve contato com docentes que explicaram as linhas de pesquisas e apresentaram os laboratórios. “Interessei-me pela bolsa de Iniciação Científica para poder atuar em pesquisa e aprender ainda mais com os professores da universidade”, lembra Matheus.
Segundo ele, a IC tem proporcionado conhecimento e aprendizado pelo fato de estar constantemente envolvido com vários equipamentos complexos e uma variedade de fenômenos físicos. “Hoje eu percebo o quão importante é a Iniciação Científica na vida acadêmica de um estudante. Pretendo continuar a minha pesquisa em uma pós-graduação em Física e futuramente seguir a carreira de professor universitário”, planeja.
Conheça a pesquisa
O estudante Matheus Sales Lacerda atua no Laboratório de Ciências Físicas (LCFIS), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT), sob a orientação do professor Marcelo Gomes da Silva. O trabalho, em colaboração com o professor Jurandi Gonçalves de Oliveira do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (CCTA), é realizado com frutos climatéricos como mamão e tomate cereja que podem chegar ao consumidor fora dos padrões de mercado devido a sua alta perecibilidade.
Matheus afirma que a conservação desses frutos é um grande desafio, principalmente para países em desenvolvimento, que sejam produtores, como o Brasil. “Minha pesquisa atualmente está direcionada em implementar uma montagem experimental utilizando aparatos eletrônicos de baixo custo, visando criar atmosfera controlada de forma dinâmica, capaz de aumentar o tempo de prateleira desses frutos”, esclarece.
No futuro, a perspectiva é que essa tecnologia seja empregada para a conservação de outros frutos perecíveis de interesse comercial. Inicialmente, o tomate cereja (Solanum lycopersicum L.) está sendo utilizado como amostra teste.
“O trabalho é feito por meio da automatização de um sistema de controle, utilizando um microcontrolador ATMEGA328 (Arduino UNO R3) e as linguagens de programação C/C++ e python. A primeira linguagem foi usada para criar um algoritmo de resposta proporcional no arduino, que irá ler e ajustar as vazões dos gases O2 e N2 nos fluxômetros de massa, responsáveis por manter os tomates armazenados em baixas concentrações de O2, a fim de prolongar a sua “vida útil”, detalha o estudante.
Quanto à linguagem python, ele salienta que serviu para criar uma interface mais amigável com o usuário, o que permitiu um monitoramento mais eficiente dos parâmetros analisados. Durante todo o período de armazenamento, o fruto foi monitorado e sua coloração comparada com a de tomates que estavam em condição ambiente (simulando a vida de prateleira do fruto), para ser avaliada a eficiência do sistema em retardar o amadurecimento.