Pesquisa analisa o impacto da poluição oceânica em caranquejos-fantasma
Vida Marinha — A poluição dos oceanos por lixo é uma preocupação global que vem estimulando acordos internacionais para restringir o uso do plástico. Essa é uma preocupação global que está inserida na pesquisa da professora Ilana Rosental Zalmon do Laboratório de Ciências Ambientais, do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), com a colaboração de Leonardo Lopes Costa e do estudante de Iniciação Científica, Vitor Figueira Arueira.
Segundo o relatório da WWF (World Widlflife Funding), o Brasil está entre os países que mais produzem lixo plástico no mundo (11 milhões de toneladas/ano). O plástico pode ser encontrado em tamanhos inferiores a 0,5 mm, na forma de microplásticos. “Nas praias arenosas, a fauna vive sob risco iminente de ingestão desses resíduos, já que nesse ecossistema o lixo é transportado por correntes, marés e turistas”, disse a professora.
Estudo dos Crustáceos — O caranguejo-fantasma (Crustacea: Ocypodidae) é o animal de praias mais estudado do mundo, devido ao seu potencial indicador de impactos humanos. Um estudo realizado na costa norte do Rio de Janeiro avaliou se esse caranguejo (Ocypode quadrata) ingere microplásticos e poderia ser indicador da poluição de praias.
“O estudo registrou, pela primeira vez, a ocorrência de plásticos, isopor e microfibras possivelmente provenientes de artefatos de pesca e tecidos, no trato digestivo de uma espécie de caranguejo-fantasma”, informa a professora Ilana.
A pesquisa indicou que o percentual de caranguejos que ingeriram microplásticos pode não estar diretamente relacionado à quantidade destes poluentes na areia da praia. Portanto, apesar desta espécie indicar os tipos de microplásticos encontrados na praia, parece não ser um bom indicador do nível de poluição, devido a sua plasticidade alimentar.
Por Jane Ribeiro