Pesquisa investe na inovação tecnológica no ambiente universitário

Gestão da Inovação Tecnológica — Os meios de comunicação destacam o uso da tecnologia como vantagem competitiva para as empresas, que juntas em uma cidade, trazem diversos benefícios para a população local, para a região e o país. Promover a industrialização inclusiva e sustentável é um dos objetivos da Agenda 2030 da ONU, onde se alinha a proposta de pesquisa do professor Manuel Antônio Molina Palma, do Laboratório de Engenharia de Produção (LEPROD), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT). O professor explica que a inovação tecnológica ocorre quando um novo produto, um novo processo de produção ou uma nova forma de organizar os recursos humanos é lançado no mercado e gera algum tipo de riqueza.

“A inovação tecnológica é um fenômeno que pode e deve ser gerido tanto dentro de uma empresa, como em qualquer organização, seja esta uma universidade ou um órgão governamental, ou mesmo o próprio país. Este fenômeno não acontece por acaso, e para isso, é preciso proporcionar as condições para que, de fato, ocorra a inovação, o que é objeto de estudo e de atuação gerencial”, informou o pesquisador.

Inovação tecnológica no âmbito universitário – Partindo de um breve histórico acerca dos processos de inovação no ambiente universitário, é válido relembrar como ocorreu o desenvolvimento dessas instituições e quais reflexões foram geradas para os dias atuais. As primeiras universidades surgiram na Europa (Universidades de Bolonha, Paris e Oxford), entre os séculos XI e XIII, sendo voltadas exclusivamente ao ensino. Os estudantes eram atraídos pela chance de escutar eminentes professores, estudiosos que compilavam o conhecimento de suas próprias investigações e especulações. Como consequência do prestígio da instituição e dos professores que ali ensinavam, houve um crescimento diferencial das cidades que as abrigavam.

Mudança no ensino — O professor enfatiza que a primeira grande mudança no ensino se deu a partir do século XIX, e de lá pra cá diversas iniciativas foram desenvolvidas no setor universitário, inovando na forma de agir, questionar e aplicar a ciência. “Com o surgimento de indústrias fundamentadas na tecnologia, nos anos 1860-1870, professores, estudantes e membros dessas universidades tornaram-se foco das atenções de políticos e governantes. A pesquisa, como formadora de conhecimento, se deu na mesma época nos Estados Unidos, com aplicações práticas para a agricultura e a nascente indústria mecânica. Durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, o governo percebeu que era no espaço de uma universidade que se desenvolvia importante pesquisa para o desenvolvimento estratégico do país à época. Mais tarde, as duas Grandes Guerras Mundiais ajudaram a consolidar a pesquisa universitária como fonte de desenvolvimento tecnológico”, salienta o professor.

Universidades empreendedoras — Desde os anos 1950, com o fim das guerras mundiais, as universidades passaram a ter uma nova missão: promover o desenvolvimento econômico e social. Dessa forma, o professor relembra que “a universidade com esta missão é chamada de “Universidade Empreendedora”, uma universidade que estimula a formação de novos empreendimentos empresariais de base tecnológica. Neste contexto, os governos conduzem investimentos em Ciência e Tecnologia nas universidades e nos centros de pesquisa, elencando áreas de atuação vistas como estratégicas, de segurança nacional ou de vantagens econômicas”, conclui o professor.

Novos caminhos – As representações expostas acima enfatizam as reais mudanças ocorridas no âmbito universitário. A expectativa para a ampliação da universidade de pesquisa em universidade empreendedora é grande. O progresso vem apresentando que a “Universidade Empreendedora” é um local de inovação, transformação e inclusão. Dessa forma, a UENF se apresenta ao lado dessas características como uma grande instituição potencializadora. “Foram necessários 800 anos para que as universidades se transformassem de instituições de transmissão de conhecimento para instituições de formação de conhecimento. Portanto, a missão de promover o desenvolvimento econômico e social é bem recente”, finaliza o professor.