Pesquisa estuda a produção do cimento Portland
O fato da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) ter sido a primeira universidade brasileira composta exclusivamente por docentes com doutorado e por ela também ter ficado entre as 15 melhores instituições de ensino superior do país na última década chamou a atenção da estudante Mônica Nunes Lemos, de 25 anos, que hoje cursa o 7º período em Engenharia Civil, do Laboratório de Engenharia Civil (LECIV), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT).
Ela foi uma das premiadas no XII CONFICT, realizado no mês de outubro de 2020.
Mônica cursou o ensino médio no Instituto Federal Fluminense (IFF) e escolheu a UENF por ser uma universidade de excelência.
“A UENF é considerada uma das melhores universidades com premiações em várias categorias e essas informações despertaram o meu interesse em estudar na instituição, pois ofertava o curso que eu desejava e também apresentava grande destaque acadêmico. Eu ingressei na UENF sabendo que a universidade tinha a área de pesquisa muito forte. No segundo ano de curso, eu busquei informações sobre o programa de Iniciação Científica e Tecnológica sobre as linhas de pesquisa dos professores do meu curso. Nessa busca eu me identifiquei com a linha de pesquisa desenvolvida pelo Prof. Guilherme Chagas Cordeiro, que é voltada para a área de produção e caracterização de materiais cimentícios”, informou.
Para Mônica, a IC exerce um papel muito importante e também complementar ao conhecimento adquirido durante a graduação.
“A vivência em laboratório e o contato com o trabalho de outros pesquisadores tem sido uma experiência muito enriquecedora e de grande crescimento pessoal e acadêmico. Assim que terminar a graduação pretendo ingressar no mestrado”, definiu ela.
Conheça a pesquisa
A pesquisa realizada pela estudante Mônica Nunes Lemos, premiada no CONFICT é orientada pelo professor Guilherme Chagas Cordeiro, do Laboratório de Engenharia Civil (LECIV), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) e é sobre a produção do cimento Portland, uma atividade que gera impactos ambientais significativos, como o elevado consumo de matérias-primas não renováveis e a alta emissão de CO2.
“Nos últimos anos, intensificaram-se estudos que buscam a redução desses impactos, através do uso de cinzas residuais de biomassa (cinza da casca de arroz e do bagaço de cana-de-açúcar) como material cimentício suplementar.
A utilização dessas cinzas em sistemas cimentícios está diretamente relacionada com as propriedades pozolânicas que esse material apresenta. As pozolanas são materiais ricos em sílica reativa (amorfa) que, quando finamente moídos e na presença de água, reagem quimicamente com o hidróxido de cálcio gerado na hidratação do cimento, formando compostos com propriedades cimentícias”, disse ela.
Mônica relata ainda que a pesquisa tem também por objetivo avaliar a atividade pozolânica de uma cinza do bagaço de cana-de-açúcar (CBCA) obtida após as etapas de beneficiamento químico, térmico e mecânico realizadas em laboratório.
“Inicialmente, o bagaço é submetido a um tratamento químico para a retirada de impurezas. Na sequência, realiza-se uma queima em forno autógeno que aproveita a capacidade de combustão do material, reduzindo o gasto energético desse processo. O beneficiamento térmico é complementado com uma segunda queima em forno mufla, tendo em vista a redução do teor de carbono residual. Por fim, as cinzas são submetidas à moagem ultrafina a fim de uniformizar seu tamanho de partícula, aumentando sua reatividade.”
Por Jane Ribeiro