A pimenta rosa como alternativa a medicamentos sintéticos na produção pecuária
Estudantes e orientadores continuam inovando em suas pesquisas. É o que nos conta Istefany Florido Mendes Lopes ao falar dos estudos desenvolvidos no laboratório de Química dos Alimentos. Istefany é aluna do curso de Zootecnia da UENF e está na Iniciação Científica desde 2019. A estudante revela que foi necessário adaptar os métodos para que os estudos continuassem mesmo durante o isolamento social que estamos enfrentando por causa da pandemia.
“Nesse período, parte deste estudo está sendo realizado através de pesquisas bibliográficas, que se concentram em entender o conceito de alimento funcional e como o uso da pimenta rosa na forma de aditivo alimentar pode e fortalecer o sistema imunológico dos animais, devido suas propriedades químicas e antioxidantes.”
Mesmo tendo acesso reduzido ao laboratório, Istefany, por outro lado, investiu nas investigações teóricas para trazer mais dados para o seu projeto. Foi assim que ela teve acesso a congressos e outros eventos com mais facilidade, devido à nova estrutura on-line. Ela conta que teve oportunidade de participar de vários eventos de grande importância, o que seria muito mais difícil no formato presencial.
“Apesar das dificuldades, a mudança da estrutura dos congressos para virtuais possibilitou o compartilhamento do estudo com a comunidade, gerando publicação de resumos em anais de eventos como o XII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica e o I Simpósio Regional de Produtos Naturais.” conta a estudante.
Conheça a pesquisa
A pesquisa de Istefany, realizada sob orientação da Profª. Dra. Daniela Barros de Oliveira e coorientação do Prof. Dr. Carlos Eurico P. Ferreira Travassos, no Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuária (CCTA), tem como objetivo explorar os extratos dos frutos da pimenta rosa, uma vez que seu uso pode ser uma alternativa a medicamentos sintéticos na produção pecuária. Esta espécie vegetal (Schinus terebinthifolia) que tem distribuição em ambientes nativos da América do Sul e se reproduz por sementes, pode ser uma poderosa ferramenta na prevenção de danos causados por vírus.
Além de explorar o conceito de alimento funcional, tido como aquele que produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde, o trabalho busca verificar como a adição da pimenta rosa na alimentação de suínos pode fortalecer o sistema imunológico, trazendo benefícios à saúde e qualidade para consumo final dos alimentos de origem animal.
“Esses estudos revelam o comportamento antioxidante dos flavonóides encontrados no extrato da pimenta rosa atuam na inibição de enzimas, destroem membranas celulares e previnem a interação e ligação do vírus às células, desencadeando um mecanismo de autodefesa do hospedeiro.” diz Istefany.