A durabilidade da cerâmica vermelha com a incorporação de resíduo de rocha ornamental
A motivação para ingressar em uma universidade varia de pessoa para pessoa. No caso da estudante de Engenharia Civil, Kamila Furtado Campos, a escolha pela instituição e curso ocorreu de forma inesperada. A estudante, natural do estado de Minas Gerais, mal conhecia a UENF quando iniciou seus estudos na instituição, mas, em pouco tempo, Kamila percebeu que não estava ali por acaso.
“Quando fiz ENEM em 2018, tinha conhecimento que a área que seguiria era a de Exatas e, em meio a tantas engenharias, escolhi Engenharia Civil pelo campo de atuação. A partir da minha entrada na universidade, percebi que as pesquisas científicas eram um caminho de grandes oportunidades, então, ao final de 2020, consegui uma bolsa.” diz Kamila.
A estudante reconhece a importância de participar de um projeto de Iniciação Científica na graduação e destaca as contribuições que estudos como o dela desempenham na sociedade.
“Participar de um projeto de Iniciação Científica é de enorme relevância, não apenas curricular, mas também para experiência, cognição e aprendizagem. É o que tenho alcançado, ainda mais com esse projeto que visa à sustentabilidade e ao melhoramento de um material utilizado na construção civil.” destaca a estudante.
Conheça a pesquisa
A pesquisa de Kamila, que é orientada pelo Prof. Gustavo de Castro Xavier no laboratório LECIV do CCT da UENF, tem como objetivo investigar a durabilidade das peças de cerâmica vermelha após a incorporação de resíduos de rocha ornamental em sua composição.
“O ramo da construção civil se caracteriza pelo alto consumo de matéria-prima que, no caso da cerâmica vermelha, é a argila, uma substância não renovável. Objetivando um cresci- mento sustentável, as indústrias de cerâmica utilizam os resíduos de rochas ornamentais, extraídos pelo movimento do fio diamantado, no procedimento de corte de um bloco de ro- cha, como matéria-prima alternativa para produção de peças cerâmicas.” conta Kamila.
Alguns experimentos foram realizados a fim de coletar dados a respeito do comportamento das peças. Alguns lotes foram separados, expostos a diferentes temperaturas e com di- ferentes quantidades de adição de resíduo de rocha.
“Foram agregados até 10% de resíduos, resultando em benefícios como, maior estabilidade das peças após a queima, ou seja, diminuindo a variação das medidas lineares, e menos umidade para os processos cerâmicos.” diz a estudante.
A motivação para a pesquisa foi a necessidade de saber como esse material tende a se comportar na construção civil. Logo, a incorporação de resíduos de rochas à cerâmica vermelha, além de melhorar a resistência, é uma medida ecológica, já que diminui a extração de argila.