Wanderson Rosa Da Silva, de 23 anos, premiado no XIII CONFICT, é natural da cidade de Nova Friburgo e cursa agronomia na UENF. O gosto pela área vem de família, uma vez que seus pais são agricultores. Ele estudou em escolas públicas durante toda a educação básica e se formou no curso técnico em agropecuária pelo Centro Familiar de Formação por Alternância Colégio Estadual Agrícola Rei Alberto I.
“Aprendi a valorizar, a amar o campo e todas minhas raízes quando ingressei no curso técnico em agropecuária. Hoje, com muito orgulho, sou graduando em Agronomia. Mas minha trajetória até à UENF não foi nada fácil, pois, além das lutas enfrentadas por todos aqueles que são de famílias pobres, ainda havia limitações inerentes ao campo como: dificuldade de transportes, dificuldade acesso à internet, computadores e até mesmo área de telefonia celular. Mas apesar de tudo, não desisti em nenhum momento, até que eu consegui chegar à Universidade.” conta o estudante.
Wanderson conta que foi graças ao auxílio cota que conseguiu se instalar na cidade de Campos. Essa é a realidade de muitos estudantes que precisam se deslocar para outra cidade a fim de dar continuidade ao sonho de seguir com a graduação. Situações como esta evidenciam a importância das políticas públicas e da assistência estudantil, que são capazes de mudar a vida de muitas pessoas.
“Minha trajetória na Iniciação Científica começou no Laboratório de Fitotecnia; lá eu pude trabalhar dois anos com orquídeas sob a orientação da professora Janie Jasmim e um ano com pesquisa relacionada à cultura do abacaxi sob a orientação do Doutor Paulo Cesar dos Santos. Atualmente, sou aluno de Iniciação Científica Nota 10 no Laboratório de Entomologia e Fitopatologia. Não posso deixar de expressar minha alegria em ter tido meu trabalho premiado este ano, uma vitória não só para mim, mas também, para toda a equipe do MIP-UENF.” finaliza.
Conheça a pesquisa
O trabalho “Probabilidade de Falha de Controle da Traça-das- crucíferas (Plutella xylostella L.) do Município de Nova Friburgo” é realizado no setor de Manejo Integrada de Pragas (MIP – UENF) do Laboratório de Entomologia e Fitopatologia (LEF), sob orientação do Professor Gerson Adriano Silva e coorientado pela Dra. Renata C. Pereira.
“O objetivo dessa pesquisa é o monitoramento da eficiência dos inseticidas utilizados para o controle de uma praga conhecida como traça-das-crucíferas (Plutella xylostella L.).” explica Wanderson.
O inseto mencionado por Wanderson é responsável por grandes perdas na produção de brássicas como a couve-flor, brócolis e principalmente o repolho, o que afeta diversos produtores do município de Nova Friburgo.
“Levando em consideração os fatos citados anteriormente, é indispensável a realização do controle dessa praga e o controle químico é, sem dúvida, o mais empregado. Porém, os produtores de brássicas desse município têm relatado o insucesso no controle desse inseto, mesmo com a utilização de inseticidas. A partir desses relatos, iniciamos nossas investigações: primeiro verificamos quais eram os inseticidas utilizados naquela região; segundo realizamos coletas de insetos nessas regiões e levamos ao laboratório para estabelecer uma criação. Por fim, realizamos os testes com os inseticidas para verificarmos a sua eficiência de controle sobre a população de inseto coletada.” detalha o estudante.
Após as investigações, a pesquisa de Wanderson constatou que, de cinco inseticidas testados, apenas dois apresentaram eficiência de controle dos insetos em condições de laboratório, os demais apresentaram baixa eficiência, isto resulta em alta probabilidade de falha de controle.
“Esses resultados podem auxiliar empresas agropecuárias e produtores rurais a realizarem escolhas dos inseticidas que são realmente efetivos, além de nos alertar sobre aqueles que não devem ser mais utilizados. Temos como meta a realização desse trabalho com populações de traça-das-crucíferas coletadas em pelo menos mais três municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro; Bom Jardim, Sumidouro e Teresópolis que são municípios com histórico na produção de brássicas.” conta Wanderson.