Efeitos das Intensidades Atuais da Radiação Ultravioleta na Maquinaria Fotossintética e Atributos Morfológicos do Mamoeiro
A área agrícola sempre esteve presente na vida do estudante Claudio Martins de Almeida, 24 anos, natural de Teixeira de Freitas, BA, mas cursou todo o ensino fundamental e todo o ensino médio numa escola agrícola no Espírito Santo, para onde se mudou com apenas 9 anos. Deste então, a agronomia esteve muito presente em sua vida. Hoje ele cursa o 9° período em Agronomia e teve sua pesquisa premiada no CONFICT.
Conheci a UENF por meio de um casal de amigos, que foram meus professores, cujo filho, também é aluno da UENF. Meu primeiro contato com a IC foi na universidade, e minha primeira bolsa de IC foi em 2018. O maior desafio enfrentado foi a insegurança, que não me permitia arriscar, aprender fazendo e tomar atitude diante dos fatos, mas esse desafio foi sendo superado aos poucos, por meio das experiências, construção de conhecimentos que conciliam práticas e teorias” declarou.
Claudio afirma que a Iniciação Científica, foi e está sendo de grande importância na sua trajetória, pois permite desenvolver suas habilidades de analisar, registrar e comprovar hipóteses.
O mais importante é saber que o trabalho que desenvolvo com uma equipe, tem muito a contribuir para a agricultura fluminense, nacional e até internacional. Para o futuro, pretendo ingressar na pós-graduação, e finalizando, pretendo retornar para minha cidade natal, para dar continuidade ao trabalho familiar (agropecuária)”, informou o estudante.
Conheça a pesquisa
Claudio foi premiado no CONFICT no projeto intitulado “Efeitos das Intensidades Atuais da Radiação Ultravioleta na Maquinaria Fotossintética e Atributos Morfológicos do Mamoeiro (Carica papaya L.)” no Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), orientado pelo Professor Eliemar Campostrini.
“O objetivo do meu trabalho é avaliar os efeitos das intensidades atuais da radiação Ultravioleta (UV) no desenvolvimento do mamoeiro. Para tanto, estou trabalhando com dois genótipos de mamão, o ‘Sunrise Solo’, que tem as folhas de coloração verde-escuro, e o ‘Golden Amarelinho’, que tem as folhas de coloração verde-amarela. Pretendo verificar também, se existem respostas diferentes entre esses dois genótipos quanto aos níveis de radiação UV. O setor onde sou bolsista, tem uma pequena estrutura, que chamamos de mini casa de vegetação, dividida ao meio, em que uma das metades não bloqueia a radiação UV (UVambiente), enquanto a outra metade bloqueia a radiação em cerca de 70% (UVreduzido). Colocamos 6 plantas de cada genótipo nestas duas metades (UVambiente e UVreduzido), além disso, colocamos outras 12 plantas, sendo 6 de cada genótipo, ao pleno sol, ou seja, não estão sob nenhuma estrutura”, relatou.
Claudio informou ainda, que para a pesquisa ter bons resultados é preciso muitos equipamentos que permitem fazer inúmeras avaliações como fotossíntese, transpiração, abertura estomática, eficiência no uso da luz, crescimento, e alocação de fotoassimilados, e a partir dessas avaliações, caracterizar os efeitos da radiação UV no mamoeiro.
Este trabalho é de grande importância, pois com as mudanças climáticas globais que estão previstas pelos cientistas, num futuro próximo, haverá um incremento na intensidade desta radiação UV, o que poderá causar ou não danos ao mamoeiro. Em caso de os processos fisiológicos do mamoeiro serem afetados negativamente pela radiação UV atual (UVambiente), será possível traçar estratégias de manejo, como exemplo a aplicação de filtros solares em folhas das plantas (filmes de partículas inertes a base de caolinita processada), bem como, no caso de cultivo do mamoeiro em sistemas protegidos (estufas)(como se verifica na Espanha, Israel, Japão, entre outros), utilizar plásticos que bloqueiam a radiação UV (plástico anti-UV). Ainda, neste trabalho será possível saber qual das duas plantas estudadas (‘Sunrise Solo’, ‘Golden Amarelinho’) é mais tolerante à radiação UV em níveis atuais”, informou.
Por Jane Ribeiro