Método de recuperação avançada de óleo é tema de pesquisa

A jovem Susane Chelli, de Vitória da Conquista – Bahia, concluiu o Ensino Médio como bolsista em uma escola particular, e atualmente cursa Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo na UENF, Campus Macaé. O que sempre fascinou a estudante é a oportunidade de atuar em uma pesquisa.

“Minha família se mudou algumas vezes e por conta disso cada ano era praticamente em uma escola diferente. Iniciei meus estudos no curso de Engenharia Elétrica no Instituto Federal da Bahia, mas mesmo com o curso bem avançado e amando o que fazia, optei por mudar de carreira, mas me manter na engenharia que sempre foi minha paixão desde os tempos da escola. Por conta do ENEM, pude ser selecionada em um curso da UENF e me mudei da Bahia para o Rio de Janeiro para estudar”, relata a estudante.

Suzane informa que a Iniciação Científica tem lhe proporcionado um aprendizado sem igual. Ela conta que a oportunidade de desenvolver pesquisa, de trabalhar no laboratório e ter instrução de professores altamente qualificados com certeza contribuíram para sua formação e desenvolvimento tanto acadêmico quanto profissional e pessoal.

“A pesquisa me ajudou a ir além do que era visto em sala de aula e adentrar um mundo novo de possibilidades que a carreira que eu escolhi tem para oferecer. Quero poder me desenvolver cada dia mais profissionalmente e encarar os próximos desafios que estão por vir. Ter tido meu trabalho como destaque no XI CONFICT e ter sido premiada como melhor apresentação na categoria reforça o quanto valeu a pena toda dedicação. O reconhecimento sem dúvida, deu uma sensação incrível de dever cumprido. Minha gratidão a todos pela oportunidade e apoio”, concluiu.


Conheça a pesquisa

A pesquisa tem como título: “Medida de parâmetros de dano à formação para a injeção de água de baixa salinidade como método de recuperação avançada de óleo”, desenvolvido no Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) e tem como a orientadora os professores Georgiana Feitosa da Cruz.

“A injeção de água de baixa salinidade como método de recuperação de óleo é considerada uma alternativa simples, barata e com eficiência comprovada no aumento da produção de óleo. Quando a água de baixa salinidade entra no reservatório de petróleo ocorre a mobilização de partículas bem fininhas (também conhecidas como finos) que estão inicialmente presas nas paredes dos poros da rocha. Isso ocorre porque a água do reservatório tem uma salinidade muito maior e essa substituição de fluidos ocasiona um desequilíbrio de forças. Assim, os finos se soltam, migram e entopem poros pelo caminho, alterando a permeabilidade da rocha, a isso chamamos dano à formação”, explica a estudante.

Suzane relata ainda que o dano é um problema quando ocorre junto aos poços produtores, pois acaba ocorrendo um bloqueio do caminho por onde o óleo teria que passar para ser produzido. Porém, dentro do reservatório esse fenômeno deixa de ser um problema e passa a ser um aliado da produção, pois ao reduzir a velocidade da água injetada, ele aumenta a área de atuação da frente de água, “empurrando” o óleo em direção aos poços produtores, fenômeno denominado eficiência de varrido.

“Foram feitos testes laboratoriais usando amostras de rochas e salmoura e os parâmetros extraídos do experimento foram usados em um modelo matemático para estudar como o fenômeno ocorre e poder mensurá-lo. Realizamos também as medidas de salinidade, condutividade, pH, contagem de partículas e cromatografia de íons. Foi possível verificar a queda de permeabilidade da amostra de rocha devido a injeção de água de baixa salinidade e encontrar uma boa correlação entre os dados experimentais e o modelo matemático ajustado. Assim, o desenvolvimento de novas metodologias é importante para que seja possível extrair um maior volume de óleo, elevar a rentabilidade dos campos petrolíferos e estender sua vida útil”, concluiu Susane.

Por Jane Ribeiro

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