Pesquisa aborda o relacionamento de bactérias com as plantas para substituir os agrotóxicos
Julia Alvarenga Carvalho Peçanha, 20 anos, conhece a UENF desde pequena quando saiu de Taubaté-SP para morar em Campos. Ela hoje cursa Biologia e também foi uma das premiadas no XII CONFICT com o projeto que estuda a interação de bactérias com as plantas.
“Conheço a UENF desde criança, quando meu pai se mudou para Campos. Quando entrei tinha muito interesse em estagiar num projeto de IC, o que aconteceu após me interessar por microscopia e conversar com meu atual orientador. Um dos maiores desafios foi entrar na rotina do laboratório e organizar isso com meus horários de aula, além de aprender técnicas de experimentos”, disse a estudante.
Julia ressalta ainda que a Iniciação Científica é uma oportunidade para o estudante ter uma experiência real de trabalhar com ciência, praticando o método cientifico, e lidar melhor com imprevistos, cronogramas e situações novas que fogem da zona de conforto.
“Estou muito feliz pelo reconhecimento do meu trabalho no Congresso. Meu plano após o fim dessa bolsa é conhecer uma nova área, mais próxima do campo de atuação da minha futura profissão, onde dê para aplicar o que aprendi em microscopia e aprender coisas novas”, finalizou.
Conheça a pesquisa
O projeto que a estudante Julia se dedica tem a intenção de estudar o relacionamento de bactérias com as plantas e utilizar esse conhecimento em fertilizantes para substituir os agrotóxicos, que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), orientada pelo professor Fábio Lopes Olivares.
“Nesta pesquisa utilizamos uma bactéria chamada Herbaspirillum seropedicae. Ela é conhecida por ser diazotrófica, ou seja, pega o nitrogênio do ar e o transforma de modo que as plantas conseguem absorvê-lo. Na pesquisa, fazemos quatro tratamentos em sementes de milho: sementes de milho desinfectadas para perder os microrganismos que ela naturalmente tem na superfície e adicionadas a H. seropedicae; se mentes livres de germes e não tratadas com H. seropedicae; sementes não desinfestadas e tratadas com H. seropedicae; e o controle (que não passou por nenhum processo). Depois de uma semana crescendo em estufa, em condições estéreis e de temperatura e luz controladas, as plantas foram analisadas para obtermos o número de bactérias totais e diazotróficas e para obtermos imagens da semente com microscópio eletrônico de varredura e microscópio de fluorescência. Assim podemos aprender sobre como a bactéria testada se relaciona com as bactérias originais da semente do milho, incluindo as que também fixam nitrogênio, e também podemos aprender como a bactéria estudada coloniza a semente”, informou a estudante.
Julia
Por Jane Ribeiro