Pesquisa na área de microbiologia agrícola ganha destaque no XI CONFICT
Alice Ferreira Alves tem 22 anos e nasceu em Campos dos Goytacazes-RJ, onde cursou o ensino básico. Atualmente cursa o Bacharelado em Ciências Biológicas na UENF. Ingressou no programa de Iniciação Científica da UENF no segundo período da graduação. Já na época do vestibular, Alice tinha como objetivo ingressar na UENF, uma Universidade reconhecida como uma das melhores do Brasil e dotada de um diferencial, o fato de que seus laboratórios são abertos a alunos de graduação, o que possibilita a rápida aproximação ao cotidiano da pesquisa, enquanto se desenvolve os conceitos e fundamentos em sala de aula. O acesso precoce às atividades de pesquisa, a boa formação obtida e sua dedicação resultaram no reconhecimento de seu trabalho, agraciado com prêmio na área de Ciências Biológicas na modalidade oral no XI CONFICT.
“No início da faculdade sempre pensei em seguir para a área voltada a doenças humanas, porém pesquisando melhor sobre os laboratórios na UENF, decidi que iria conhecer outros ramos da biologia e assim, eu me encontrei no que estudo hoje em dia numa área que eu nem imaginava inicialmente”, disse ela.
Alice informa que foram muitos os desafios, tanto no cotidiano da formação em sala de aula como no desenvolvimento do projeto científico no projeto científico de Iniciação Científica, mas principalmente difícil foi pegar o ritmo de ser um pesquisador. Entender os resultados, ler os artigos, escrever.
“O programa de Iniciação Científica tem sido de extrema importância para o meu crescimento pessoal e profissional. Além de ter esse contato direto com um laboratório, ter a possibilidade de aprender e acompanhar diferentes técnicas, obtive maturidade para entender certas coisas, lidar com as pessoas e ter a certeza de que estou fazendo o que realmente gosto. Os planos para o futuro são continuar estudando e aprendendo sempre mais, seguir para um mestrado e doutorado” declara a estudante.
Conheça a pesquisa
A pesquisa que deu o prêmio a Alice está inserida na área de Microbiologia Agrícola e foi baseada no entendimento das interações entre a bactéria Herbaspirillum seropedicae, que é uma fixadora de nitrogênio e promotora do crescimento de plantas, e o fungo Trichoderma longibrachiafum, que é um saprofítico, muito utilizado no controle de doenças de plantas. O estudo tem sido conduzido no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) e no Núcleo de Desenvolvimento de Insumos Biológicos para a Agricultura (NUDIBA), com a orientação do professor Fábio Lopes Olivares. O objetivo da pesquisa é demonstrar que os efeitos positivos de determinados grupos de bactérias sobre as plantas, podem ser potencializados pela presença de determinados fungos do solo. O entendimento e aperfeiçoamento desta relação pode gerar insumos biológicos capazes de reduzir a aplicação de adubos sintéticos e agrotóxicos na agricultura.
Por Jane Ribeiro