Capixaba estuda nova tecnologia na produção de mudas de abacaxi na UENF
A agronomia sempre esteve presente na vida do capixaba Adonay Breda Aguiar, 23 anos. Filho de produtor rural, o estudante concluiu o Ensino Médio em escola pública do município de Afonso Cláudio, na região serrana do Espírito Santo, e logo optou em continuar os estudos na UENF, seguindo o exemplo de um irmão.
“Por meio do meu irmão, que já fazia pós-graduação na universidade, em 2013, fui incentivado a estudar na UENF. Mesmo não estando presente na graduação, observava a oportunidade de fazer parte de projetos durante o período de formação acadêmica. Esse foi um dos motivos de ter escolhido vim estudar aqui”, conta o estudante.
Para ele, o aprendizado conquistado com o trabalho na Iniciação Científica adiciona um conhecimento enorme na formação do profissional.
“Tenho muito orgulho em saber que com pesquisas estudadas dentro da universidade podemos levar esperanças a pequenos e grandes produtores. Dar dignidade a tantas pessoas por meio do conhecimento adquirido aqui é fantástico”, declara Adonay.
Conheça a pesquisa
Adonay Breda Aguiar trabalha com fruticultura, com ênfase na produção de mudas de abacaxi no Laboratório de Fitotecnia (LFIT), do Centro de Ciências e Tecnologias Agrárias (CCTA), sob a orientação do professor Almy Junior Cordeiro de Carvalho. O objetivo da pesquisa é avaliar os efeitos do nitrogênio no crescimento dos rebentos da coroa de abacaxi e o tamanho ideal para a colheita destes brotos.
Ele ressalta que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial do fruto. Apesar disso, o cultivo desta importante fruteira enfrenta entraves, principalmente quanto a qualidade de mudas a serem utilizadas pelos agricultores. Isso ocorre em decorrência da falta de viveiristas, que encontram dificuldades na produção, principalmente pelo lento crescimento e do longo período para obtenção destas.
O estudante explica que uma alternativa pode ser o uso de coroas de abacaxi para conseguir mudas. “A técnica consiste na quebra da dominância apical da coroa, que estimula o crescimento de brotações laterais. No entanto, esse processo ainda não é utilizado comercialmente, principalmente por não ter sido descrito um protocolo de multiplicação de mudas por essa técnica. Já conseguimos resultados muito satisfatórios com a pesquisa, porém está em fase de avaliação. O estudo apresenta boas perspectivas para ajudar no processo produtivo da cultura, incluindo alternativa de produção de mudas de elevada qualidade sanitária e com custo de produção compatível com as necessidades dos agricultores brasileiros”, conclui Adonay.