Isabela Ribeiro: recomeço profissional e descoberta na pesquisa
A campista Isabela Barreto Rangel Ribeiro, 32 anos, cursa o 7° período de Pedagogia, no Centro de Ciências do Homem (CCH). Ex-aluna do Liceu de Humanidade de Campos, ela se formou em Direito numa universidade particular da cidade, mas resolveu buscar um recomeço profissional.
“A primeira Universidade e a primeira Graduação me trariam “status”, mas a UENF e o curso de Pedagogia me trouxeram a felicidade de estar numa Universidade de excelência e seguir minhas reais aspirações profissionais”, revela a estudante.
Apesar de já ter uma Graduação, Isabela não tinha experiência em pesquisar. Ela conta que toda pesquisa se inicia de uma curiosidade e/ou estímulo e/ou uma hipótese. “O processo da pesquisa é uma jornada de descoberta de novos conhecimentos ou reafirmação dos já existentes”, esclarece.
Segundo a estudante, a Iniciação Científica contribuiu para o engrandecimento pessoal e profissional, vendo a real importância que as produções acadêmicas surtem não só no campo individual, mas também no coletivo. “Para o futuro, desejo continuar traçando meu caminho na vida acadêmica”, planeja Isabela.
Conheça a pesquisa
A pesquisa que a estudante Isabela Ribeiro atua é intitulada “Estado da Arte em História da Educação Especial, com ênfase em deficiência visual” e está inserida no Laboratório de Estudo da Educação e Linguagem (LEEL), sob a orientação da professora Silvia Alicia Martinez.
O tema surgiu de uma pesquisa maior, que estuda o Educandário São José do Operário em Campos dos Goytacazes. A instituição, fundada em 1963 para assistência educacional de crianças cegas da região, já teve como resultado uma dissertação de Mestrado, da mestra em Políticas Sociais, Fernanda Luísa Miranda. “No início, o Educandário caracterizava-se pelo cunho assistencialista e não pela orientação inclusiva de hoje. No entanto, em paralelo ao estudo da história dessa instituição, surgiu a necessidade de fazer uma revisão bibliográfica sobre a educação especial das pessoas com deficiência visual, pois, existiam fortes indícios de haver um número reduzido de produções da temática”, argumenta.
O levantamento bibliográfico que respalda a pesquisa foi realizado em periódicos, anais e banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “Foram localizadas 24 produções acadêmicas dentro da temática proposta na pesquisa, número reduzido, em razão do rol de documentos analisados e do recorte temporal amplo”, diz a estudante.
De acordo com Isabela, dos resultados alcançados, foi encontrado um número pequeno de publicações referentes às pessoas com deficiência visual. “As produções localizadas, em sua maioria, retratavam a trajetória histórica de outras deficiências, em sua grande parte dos surdos, com publicações posteriores ao ano de 2008. Acreditamos que tal fato ocorreu, em razão do reconhecimento da linguagem de sinais em 2002, deixando a temática em evidência para o campo da pesquisa. Concluímos que há a necessidade de aumento em pesquisas na área da história da educação especial”, finaliza.