Lívia Pedra: delicadeza e sensibilidade na Engenharia Civil
A delicadeza e a sensibilidade da mulher se destacam em uma área que por muito tempo foi dominada pelos homens: a Engenharia Civil. É o caso da jovem estudante Lívia Pedra, de 20 anos, que no Ensino Médio decidiu aprender mais sobre as diversas áreas da construção civil.
Lívia mora no Farol de São Tomé, em Campos, e fez curso técnico em Edificações no Instituto Federal Fluminense (IFF). Apesar de ser apaixonada pelas aulas voltadas para a Arquitetura, foi no conteúdo de estruturas que ela descobriu sua vocação pela Engenharia Civil.
Na UENF, a participação na Iniciação Científica fez com que ela se aproximasse da vivência prática da profissão ainda na Graduação. “Sem dúvidas, é uma experiência que agrega conhecimento e complementa assuntos abordados em aula, além de ser o primeiro contato com a área de pesquisas”, diz.
Se por muito tempo a Engenharia Civil foi uma área dominada pelos homens, atualmente, os números mostram o contrário. Na sala de Lívia, as mulheres estão em maioria. “Acredito que o desafio de ser mulher na Engenharia Civil será notado daqui a algum tempo, quando estarei trabalhando em um canteiro de obras. Enquanto isso não acontece me preparo o máximo possível, pois sei que as minhas decisões serão as mais questionadas”, comenta a estudante.
Conheça a pesquisa
Lívia Pedra participa de uma pesquisa desenvolvida no Laboratório de Engenharia Civil (LECIV), no Centro de Ciência e Tecnologia (CCT), orientada pelo professor Guilherme Chagas Cordeiro. O trabalho consiste em avaliar a influência do emprego da diatomita em argamassas e concretos de alto desempenho.
A estudante explica que diatomita é um material proveniente de uma rocha sedimentar rica em sílica, substância que reage na mistura cimentícia (pasta, argamassa ou concreto) formando compostos que contribuem para o aumento de resistência mecânica e durabilidade da mistura. Essas respostas são chamadas de reações pozolânicas e materiais pozolânicos podem substituir parcialmente o cimento Portland, cuja produção consume muita matéria-prima natural e libera gases intensificadores do efeito estufa.
“Por meio de um ensaio mecânico, observamos que as argamassas produzidas com parte do cimento substituído por diatomita apresentaram maior valor de resistência à compressão que as produzidas sem a diatomita”, relaciona.
Segundo Lívia, a substituição parcial do cimento pela diatomita permitirá mais uma aplicação a esse material, geralmente utilizado como auxiliar de filtração. “Espera-se que o emprego desta pozolana na produção de produtos cimentícios proporcione um melhor desempenho técnico a esse material e possibilite agregar maior valor à diatomita produzida no Brasil”, finaliza.