Pesquisa avalia adulteração em óleo
O jovem Carlos Guilherme Tissi Batista, 21 anos, de Pirapetinga, Minas Gerais, concluiu o Ensino Médio no Colégio Estadual Nilo Peçanha, em Campos, e atualmente cursa Licenciatura em Química na UENF. O que sempre fascinou o estudante é a oportunidade de atuar em uma pesquisa.
Segundo Carlos, um amigo que já estudava na UENF comentava da possibilidade de um aluno atuar em pesquisas na universidade. Então, ele começou a procurar os currículos dos professores para ver com qual ele se adaptaria.
“A Iniciação Científica oferece a oportunidade de conviver com o ambiente de trabalho e com a rotina de um pesquisador de determinada área, desenvolvendo um projeto junto a ele, conhecendo melhor sobre determinado assunto que não é muito explorado durante a graduação. Posteriormente, você pode apresentar um trabalho deste projeto em algum evento em Campos e fora do município também”, conta.
Além disso, ele lembra que a bolsa oferecida pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação (PIBI-UENF) é fundamental. “Gosto da área analítica da química e pretendo usar meu tempo na graduação e IC para explorá-la mais. Já tenho noção do que quero para uma pós-graduação”, adianta.
Conheça a pesquisa
Carlos atua em um projeto da professora Cibele Maria Stivanin de Almeida, do Laboratório de Ciências Químicas (LCQUI), no Centro de Ciência e Tecnologia (CCT). O trabalho objetiva a aplicação da espectroscopia no infravermelho para caracterização de óleos vegetais comestíveis e misturas de óleo de linhaça e soja. A ideia é desenvolver técnicas analíticas para diferenciar alguns tipos de óleos comestíveis (em especial, linhaça e soja) e detectar possíveis adulterações nos óleos de linhaça por meio do óleo de soja em diferentes concentrações, o que pode causar riscos ao consumidor.
Segundo ele, a composição de óleos vegetais comestíveis é complexa, contendo diferentes tipos e concentrações de triglicerídeos e ácidos graxos.
“Para avaliar a composição química destes óleos envolve a análise dos perfis espectrais no infravermelho destas amostras que não é nada mais nada menos do que as intensidades absorvidas desta radiação pelo óleo em variados comprimentos de onda. Habitualmente, uma inspeção visual por meio do gráfico de um perfil espectral é usada para avaliar a presença de grupos funcionais orgânicos e inferir que aquela amostra é um óleo vegetal comestível”, relata.
Contudo, como a composição destes óleos é similar em funções orgânicas, torna-se difícil diferenciar pela visão qual é o perfil espectral, por exemplo, do óleo de linhaça, canola, girassol ou soja. “Para isso, utilizamos uma combinação de técnicas matemáticas adaptadas e aplicadas no contexto da química para avaliação de grandes quantidades destes perfis espectrais”, conclui o estudante.