Pesquisa estuda como o causador da toxoplasmose dribla defesas do corpo
Joaquim Teixeira Xavier Junior, 22 anos, cursa o 7º período de Licenciatura em Biologia na UENF. Natural de Bom Jesus do Itabapoana, interior do estado do Rio de Janeiro, ele teve todo o período de formação em escolas da rede pública, pois a família não tinha recursos para custear instituições particulares.
O estudante diz que ao fim do ensino fundamental prestou seleção para cursar o ensino médio no “IFF Campus Bom Jesus”. Para ele, os três anos do ensino médio foram fundamentais para criar o pensamento de cursar uma graduação e estar preparado para o mercado de trabalho.
Foi no ensino médio que, por influência de dois professores, ele se apaixonou pela Biologia. “Ao final do ensino médio, eu já tinha certeza do curso e da universidade que queria cursar. A UENF é referência no Rio de Janeiro e o curso de Biologia no país. A maior dificuldade que tive foi na adaptação de morar sozinho em uma nova cidade, mas isso passou rapidamente”, lembra Joaquim. Segundo o estudante, primeiramente, ele se interessou pela Iniciação Científica para que o dinheiro ajudasse nas contas mensais. “Agora, a academia é a maior paixão que tenho. A ciência aflorou em mim de uma maneira inexplicável e passei a amar o que faço. ”, revela o jovem.
Conheça a pesquisa
Joaquim Xavier atua no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), onde desenvolve o seu projeto de Iniciação Científica. Naquele laboratório, sob orientação do professor Renato Augusto DaMatta, ele busca compreender os mecanismos que o Toxoplasma gondii, protozoário parasita causador da toxoplasmose, utiliza para driblar as defesas do corpo humano e nos causar esta doença. Joaquim estuda, especificamente, a modulação positiva da expressão da enzima arginase I induzida pela infecção do parasita e que está envolvida na produção de moléculas que ajudam no crescimento do parasito.
A toxoplasmose é uma doença que aflige principalmente mulheres grávidas, levando danos graves e até a morte do feto. Esta doença não tem cura e por isso a busca de um tratamento é emergencial.
Segundo o estudante, o projeto vem sendo desenvolvido há cerca de três anos com ótimos resultados.
“A caminhada científica é árdua e ao mesmo tempo muito empolgante quando se tem qualquer descoberta. Ser premiado no CONFICT foi extremamente gratificante, pois ver o reconhecimento deste longo trabalho foi muito prazeroso e sem explicação. E o prêmio me mostrou que estou no caminho certo de estar desenvolvendo um bom trabalho”, conclui Joaquim Xavier.