História da Villa
A Casa de Cultura Villa Maria é o centro cultural da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), situada em Campos dos Goytacazes (RJ). Inaugurada em 08 de dezembro de 1993 — quatro meses após a fundação da UENF —, a Villa Maria teve seu projeto idealizado por Darcy Ribeiro e elaborado por José Américo Motta Pessanha.
O projeto da Casa de Cultura da UENF, elaborado em 1993, trazia uma proposta de cultura inovadora para a época, definida como “o que escapa à restrita acepção de cultura identificada às belas artes” e ainda “o que abrange as diversas manifestações da criatividade humana (resgate do conceito renascentista e humanista de cultura), em particular as produções do pensamento investigativo e crítico, a ciência e a tecnologia, sem prejuízo para as elaborações da imaginação criadora e da memória”.
Veja o projeto, na íntegra, AQUI.
O palacete
O palacete Villa Maria está situado no chamado Quadrilátero Histórico de Campos dos Goytacazes — formado ainda pelos prédios do Liceu de Humanidades e do antigo Fórum Nilo Peçanha (hoje Câmara Municipal), todos tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). O casarão ocupa uma área de 811 m², sendo rodeado por um jardim de 6.525 m².
O prédio foi construído em 1918 pelo industrial Atilano Chrisóstomo como um presente para sua esposa, Maria Tinoco Queiroz de Oliveira, também conhecida como Finasinha. Em estilo eclético, inspirado nas antigas vilas italianas, o palacete foi projetado pelo arquiteto José Benevento, o mesmo que projetou o antigo Fórum e a Catedral de Campos dos Goytacazes.
Finasinha
Maria Queiroz recebeu o apelido de Finasinha quando pequena, por ter nascido no dia de Finados. Nascida em 1887, Finasinha formou-se professora na Escola Normal de Campos, que na época funcionava no Liceu de Humanidades. Quando tinha 19 anos de idade, casou-se com o engenheiro e industrial Atilano Chrisóstomo de Oliveira, dono das usinas Mineiros e São Pedro do Paraíso.
Por suas ações beneméritas, Finasinha recebeu o epíteto de “Rainha da Bondade”. Costumava distribuir presentes todos os Natais, quando filas imensas se formavam em frente ao portão do palacete Villa Maria.
Finasinha faleceu em 18 de dezembro de 1970, sem deixar herdeiros vivos. Em testamento, ela doou a casa em que residiu para a futura universidade que se instalasse em Campos dos Goytacazes. O prédio ficou abandonado até 1979, quando a Prefeitura se instalou no local, ali permanecendo até 1992, quando a casa passou para as mãos da Universidade que começava a ser construída.
História da Casa de Cultura
Ao ser inaugurada, a Casa de Cultura Villa Maria esteve associada à difusão da música e do cinema, com a criação dos setores de Fonoteca e da Videoteca — atividades culturais até então inéditas na cidade. Na Videoteca, o público tinha acesso gratuito a um acervo de obras clássicas do cinema brasileiro e mundial, além de filmes populares. Do mesmo modo, a Fonoteca se notabilizou por disponibilizar gratuitamente ao público um rico acervo fonográfico. Numa época em que ocorreu o fechamento da maioria dos cinemas da cidade e a internet ainda se encontrava em seus primórdios, a Videoteca e a Fonoteca da Villa Maria se tornaram rapidamente um polo cultural atrativo para os amantes do cinema e da música em Campos dos Goytacazes.
Em seus primeiros anos, a Casa de Cultura Villa Maria abrigou também o primeiro ponto de internet gratuita da cidade, promovendo ainda cursos na área de informática. Em 1995, foi criada a Sala de Leitura, reunindo produções literárias nas mais diversas expressões. Em pouco tempo, o local se tornou bastante disputado, principalmente, por estudantes em busca de material de pesquisa. Além destas atividades, a Casa de Cultura Villa Maria, ao longo de sua trajetória, também abrigou eventos das mais diversas expressões culturais, tais como espetáculos musicais, exposições, palestras, cursos, feiras, lançamentos de livros, entre tantas outras.