Descrição: Há uma crescente preocupação com os efeitos de mudanças climáticas em nível global e regional. Já se sabe que alterações climáticas extremas podem alterar a estrutura e o funcionamento de florestas tropicais. Segundo modelos climáticos atuais, existe uma alta probabilidade de aumento na temperatura e mudanças na distribuição das chuvas no sudeste brasileiro. As mudanças no clima e fragmentação podem provocar transformações nos estoques e fluxos de carbono e nos ciclos biogeoquímicos na Mata Atlântica, sendo este um dos mais importantes biomas do Brasil, cuja área atual ocupa somente 12% de sua cobertura original. Dado o estado avançado de fragmentação da Mata Atlântica, o cenário futuro de mudanças climáticas globais deve ser potencializado. Entretanto, a exatidão de modelos e predições sobre como estas alterações podem afetar os estoques e fluxos de carbono (C), nitrogênio (N) e a biogeoquímica de florestas tropicais têm sido limitados pela carência de dados empíricos primordiais. Este quadro é ainda mais alarmante para a Mata Atlântica. Fundamentado em uma base de dados pré-existente, oriundos de projetos anteriores e atuais da equipe de pesquisadores do grupo interdisciplinar e interinstitucional que compõe o presente estudo, objetiva utilizar variáveis ambientais, de estrutura, florística e fitossociologia do componente arbóreo, e de processos relacionados à produtividade e ciclos biogeoquímicos de fragmentos de dois tipos florestais contrastantes de Mata Atlântica, floresta ombrófila densa (FOD) e floresta estacional semidecidual (FES), no Estado do Rio de Janeiro, visando produzir resultados sobre como os estoques e fluxos de carbono e nitrogênio, respondem as variações ambientais relacionadas à fragmentação e a eventos de seca em fitofisionomias contrastantes da Mata Atlântica. Neste cenário, o objetivo deste trabalho é de testar a hipótese de que existe uma variação espacial e temporal na biomassa, estoque e fluxo de carbono e espacial para nitrogênio, em fragmentos de Mata Atlântica dependente de fatores relacionados à fragmentação (tamanho do fragmento e efeito de borda), tipo florestal e eventos de seca (intensidade e extensão do período seco). Neste contexto, algumas questões são levantadas: (1) Há uma relação entre a biomassa arbórea acima do solo e o fluxo de carbono com o a seca, em fragmentos da região centro-norte do estado do Rio de Janeiro? (2) A variação na biomassa arbórea e no estoque de carbono da Mata Atlântica está relacionada com a composição de espécies e grupos funcionais nas diferentes escalas espaciais? (3) Em que sentido a pressão humana como corte seletivo e fragmentação intensificam a ação da seca sobre o estoque de carbono e nitrogênio? (4) Quais variáveis são potencialmente mais sensíveis as alterações ocasionadas por mudanças no clima na Mata Atlântica, baseado nos modelos de mudanças climáticas futuras? (5) A composição elementar e isotópica de C e N do solo e da necromassa respondem aos diferentes tipos florestais e a fragmentação florestal? Para testar as hipóteses e responder aos questionamentos propostos, o estudo presente estudo utiliza uma análise em múltiplas escalas, de acordo com a base de dados disponíveis e atuais em diferentes escalas espaciais: (1) escala local, utilizando-se dois fragmentos dentre os maiores e mais bem preservados de FOD (Rebio União) e de FES (Estação Ecológica de Guaxindiba;), localizados em Unidades de Conservação na região centro-norte fluminense, aonde tem estudos de longa duração; (2) escala regional, utilizando-se a base de dados e novos dados de 28 fragmentos da Mata Atlântica da região centro-norte do estado do Rio de Janeiro; (3) escala do bioma, usar além dos fragmentos da escala regional, dados disponíveis na literatura e em bases de dados (ex. ForestPlot.net e DRYFLOR) para o bioma Mata Atlântica..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.