Ciclo de Conferências Covid19: O que aprendemos e perspectiva para a Ciência

A primeira conferência do XIII CONFICT e VI CONPG foi ministrada pela Dra. Margareth Dalcomo, pesquisadora da FIOCRUZ e um dos ícones do combate à COVID-19 no Brasil, que trouxe informações importantíssimas a respeito do impacto dessa doença em diversas esferas. Dra. Margareth, responsável pelo estabelecimento de projetos de pesquisa como o que estuda a vacina AstraZeneca na ilha de Paquetá (RJ), participou ativamente do convênio entre a Fiocruz e a AstraZeneca. O encontro virtual garantiu a participação simultânea de 405 pessoas pela plataforma Zoom e 251 via Youtube. A gravação dessa conferência, disponibilizada no YouTube da Galoá (Galoá Science) colecionava 1.282 visualizações até o momento do fechamento desta matéria.

              Dra. Margareth Dalcomo 
A História nos ensina…

Em sua palestra, Dra. Margareth fez um apanhado histórico a respeito das epidemias que marcaram a humanidade, trazendo a perspectiva de que elas sempre mudam a realidade da população.

Estudos mostram que a Lombardia, região italiana, sofreu com a epidemia da Peste Negra (século XIV), mas foi muito preservada, pois seus governantes, os chamados Duques de Milão, quando   viram   que   a   epidemia se aproximava da população, fizeram um “cinturão” ao redor da cidade para protegêla. Essa informação nos   faz   refletir   sobre as práticas atuais de combate à COVID-19 no   Brasil.   Diferentemente   do    nosso quadro atual, Lombardia, com agilidade e consciência, conseguiu se proteger de uma grande tragédia.

“Medidas não farmacológicas reduzem a transmissão.”

Afinal, o que são medidas não farmacológicas? Dra. Margareth Dalcomo explica que   a   lavagem   constante   das mãos, isolamento social e trabalho remoto são alguns exemplos de medidas que desaceleram o processo de contaminação. Atitudes assim diminuem consideravelmente a curva de contágio, garantindo a segurança das pessoas.

Grande conquista neste período…

Em menos de um ano, a ciência desenvolveu imunizantes que já estão sendo   utilizados no combate à pandemia e outros que se encontram em desenvolvimento. Um dado de abril de 2021 informa que existem 88 ensaios clínicos de vacinas acontecendo no mundo.

O que é a COVID-19?

“A COVID-19, portanto, fica definida como uma doença sistêmica, da microcirculação e de caráter   inflamatório profundamente grave”, explicou a cientista.

E a chamada “imunidade de rebanho”? É eficaz?

“A imunidade de rebanho é um grande erro”, alerta a especialista. Também conhecida como   “imunidade coletiva”, trata-se de um cálculo realizado para saber quantas pessoas devem tomar a vacina para que as demais também fiquem seguras sem que seja preciso serem vacinadas. A doutora utiliza como exemplo o que ocorreu no Amazonas, que teve seu pico epidêmico em abril, quando veio a segunda onda.

Há possibilidade da COVID-19 se tornar endêmica e precisar de vacinação todos os anos?

“O SARS-CoV-2 não irá mais embora de nossas vidas. Ele fará parte do painel de vírus como a Influenza. Eu diria que nós precisaremos de reforços vacinais no futuro”, respondeu a Dra. Margareth.

Dra. Margareth Dalcomo, palestrante; Prof. Milton Kanashiro, mediador; Marianna Batista, intérprete de libras.        

 

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