Composto de cobre (h30) pode induzir a morte de células do câncer de próstata

Natural de Campos dos Goytacazes, Lucas Elohim Cardoso Viana Baptista, de 19 anos, foi um dos premiados do XIII CONFICT. Lucas formou-se no ensino médio no Liceu de Humanidades de Campos em 2018 e no ano seguinte, em 2019, iniciou o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na UENF.

Lucas Baptista cursa Licenciatura em Ciências Biológicas na UENF

“ Eu sempre fui um aluno fascinado por conhecimento e em entender o porquê das coisas. Com certeza a Biologia foi a melhor decisão da minha vida.”, disse o estudante.

Lucas viu na UENF  a oportunidade   de experimentar e se aprofundar nos estudos pelos quais se interessava. Assim, movido por sua vontade de ampliar seus conhecimentos, começou a analisar os laboratórios da Universidade, sendo fortemente atraído pela linha de pesquisa do Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB).

“A UENF me inseriu em uma etapa de descobertas e novas experiências. Após a oportunidade de conhecer a rotina laboratorial, ingressei como aluno de IC no primeiro edital disponível.”, relata Lucas.

O ingresso na IC é uma grande conquista, mas também apresenta muitos desafios. Para Lucas, o maior deles foi dominar as técnicas dos experimentos. Posteriormente, a conciliação com a rotina de estudos com disciplinas e artigos científicos, além dos próprios experimentos, também foram consideravelmente desafiadores.

“Embora haja uma série de dificuldades, nunca desanimei em nenhum momento. Pelo contrário, as dificuldades me fortaleceram e aumentaram ainda mais minha vontade de descobrir e aprender. Meu objetivo para o futuro é publicar um artigo científico referente ao meu trabalho e me candidatar ao doutorado em universidades internacionais, tornando-me pesquisador na área da imunologia.” declara.

Conheça a pesquisa

O projeto de pesquisa de Lucas, intitulado como “Avaliação do envolvimento de ROS no mecanismo de morte celular induzido por um composto de cobre”, é realizado no Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR), tendo como orientador o professor Milton Masahiko Kanashiro. O objetivo da pesquisa é avaliar a capacidade de compostos de coordenação de cobre (H30), platina (H37) e ligante (H34) de destruir determinadas células, além de evidenciar o mecanismo de morte celular induzido pelos compostos em células neoplásicas (que se multiplicam de forma anormal).

“Essas atividades são avaliadas pelo ensaio colorimétrico de MTT, onde é analisada a taxa de viabilidade celular (células vivas) em relação a diferentes concentrações dos compostos. A linhagem PC-3 (originada de adenocarcinoma de próstata) apresentou alta sensibilidade ao composto de cobre (H30), sendo escolhida para a continuidade   da pesquisa.   Assim, na etapa seguinte, avaliamos o tipo de morte celular induzido pelo composto de cobre (H30) através do ensaio de Sub-G1.”, detalha o estudante.

Neste ensaio, foi possível constatar que o composto de cobre (H30) pode induzir a morte celular de forma programada nas células de câncer de próstata, retardando o avanço da doença.

“Como é sabido, a mitocôndria é uma das principais organelas envolvidas na morte celular programada. Avaliamos a sua função através da sonda JC-1, que demonstrou que as mitocôndrias perdem a sua função após o tratamento com o composto H30. Demonstramos também o envolvimento de espécies reativas de oxigênio (ROS) no mecanismo de morte por apoptose (programada) induzido pelo composto H30 utilizando um inibidor de ROS, o N-acetil-Lcisteína.”, explica Lucas.

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