Cultivo impulsionado por desafios

Aluno do 8º período do curso de Agronomia, Cleiton Vasconcelos Vieira, de 36 anos, foi um dos universitários premiados no XIV Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT), ocorrido no último mês de julho, por sua pesquisa “Desenvolvendo cultivares de pimenta e pimentão resistentes à antracnose”.

Oriundo da rede pública de ensino de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, o estudante optou pela graduação na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) pela qualidade do curso e da instituição. Desde então, as experiências acadêmicas e científicas têm sido importantes para a sua formação profissional e abriram perspectivas para um possível futuro na área da pesquisa.

Cleiton contou que, desde que ingressou na UENF, tinha intenção de participar de um projeto de Iniciação Científica. “Eu tinha interesse de fazer parte de um grupo de pesquisa, de participar da rotina de um laboratório para ampliar meu repertório acadêmico”, comentou, destacando que, apesar do desejo, encarou diversos desafios para conciliar as atividades de pesquisa com as disciplinas que precisava cumprir para o curso.

Esses desafios, no entanto, não foram empecilhos para Cleiton realizar a vontade de trabalhar com Iniciação Científica: “Fazer parte de um grupo de pesquisa me possibilitou desenvolver novas habilidades, ter um olhar mais crítico, ter oportunidade de participar de eventos científicos, fazer novos amigos (alguns dos quais já se tornaram pesquisadores e/ou professores). E foi imprescindível para a minha continuação no curso, especialmente durante a pandemia de Covid-19, período no qual fiz a maior parte do meu experimento”, revelou.

O universitário relatou que, com a Iniciação Científica, ele passou a compor uma equipe de melhoristas responsáveis pelo lançamento de uma nova cultivar de pimenta e também participou, como coautor, de um artigo científico que está em fase de submissão e de outro que está em fase de análise de dados: “Após a experiência com a Iniciação Científica, a pós-graduação se tornou uma possibilidade no futuro” explicou.

Conheça a pesquisa

A pesquisa “Desenvolvendo cultivares de pimenta e pimentão resistentes à antracnose”, realizada pela equipe da qual o Cleiton participa, busca desenvolver cultivares de pimenta e de pimentão resistentes à antracnose, causada por fungos do gênero Colletotrichum.
“A antracnose é uma doença complexa que afeta vários órgãos das plantas nos períodos pré e pós-colheita, causando prejuízos desde o agricultor ao consumidor, chegando a perdas de 100% da produção. Desenvolver e lançar cultivares resistentes resulta na diminuição do uso de agrotóxicos, uma vantagem para os agricultores, consumidores e meio ambiente”, destacou o estudante. A resistência é controlada por diferentes genes e varia conforme o órgão e o estado de maturação do fruto. No estudo conduzido pelo discente, 13 linhas resistentes para frutos imaturos, 12 resistentes para o estádio maduro, e duas resistentes em ambos os estádios de desenvolvimento foram selecionadas. Essas linhas recombinadas resistentes serão incluídas em testes competitivos de campo, e têm potencial de se tornarem as primeiras cultivares de pimenta/pimentão resistentes à antracnose no país, contribuindo para a redução do uso de agrotóxicos nas lavouras. Também servirão como fonte de genes de resistência para desenvolver novas cultivares de pimenta/pimentão com outras características de interesse.
A pesquisa é orientada pela profa. Rosana Rodrigues, no Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV), vinculado ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA).   


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