Desenvolvimento de híbridos de milho superdoce e de silagem para o Norte/Noroeste Fluminense

A estudante Gabriela Alves Brazil, 25 anos, foi criada no interior do Espírito Santo, no município de Cachoeiro de Itapemirim, e lá estudou em escola pública. Encontrou um grande desafio quando se mudou para Campos por conta do ingresso na UENF, no curso de Licenciatura em Biologia. Atualmente está no 7º período e segundo ela é a profissão que sempre quis seguir.

“Não foi fácil ficar longe da família, mas foi um sonho que realizei e que foi possível graças ao auxílio cota e toda a acessibilidade que a UENF nos proporciona. No 2º período entrei no projeto de Extensão sobre Educação Patrimonial e Ambiental, uma proposta de formação continuada para professores, na Casa de Cultura Villa Maria, onde fiquei por um ano e meio, auxiliando na execução de encontros e cursos sobre a temática. Após esse período inicial, me interessei pela Iniciação Científica”.

Gabriela ressalta que a IC vem contribuindo para o seu crescimento profissional e pessoal. “A IC representa um diferencial excelente na carreira de qualquer profissional. Estou tendo a oportunidade de melhorar o meu currículo e de explorar ao máximo o que a Universidade tem a oferecer. No período passado fui monitora voluntária, o que foi um desafio, conciliar o horário da iniciação científica, monitoria, e disciplinas, mas acredito que a experiência e os conhecimentos adquiridos durante esse processo serão compensatórios para minha formação”, disse Gabriela.


Conheça a pesquisa

Gabriela Alves Brasil atua em uma pesquisa no Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV), no Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), sob a orientação do professor Messias Gonzaga Pereira. A pesquisa denominada “Desenvolvimento de híbridos de milho superdoce e de silagem para o Norte/Noroeste Fluminense”, tem como objetivo principal obter e recomendar aos produtores locais os melhores híbridos para a região.

“Embora não seja uma região tradicional de cultivo de grãos e silagem, é fundamental que se disponham de cultivares melhoradas. Além da necessidade do milho para produção de grãos, produtores da região utilizam silagem de milho como fonte adicional de volumosos durante o período seco do ano. Outra opção para a cultura do milho é o milho doce, utilizado principalmente como milho verde, tanto “in natura” como em conserva. Ele diferencia-se do milho comum por apresentar características peculiares, como a alta concentração de açúcar em seus grãos.

A estudante informou que a pesquisa está sendo realizada no Colégio Agrícola Antônio Sarlo, e no momento estão sendo realizadas autofecundações, para a obtenção de linhagens, que depois serão utilizadas para a obtenção dos híbridos.

“Durante o período de florescimento as polinizações são realizadas manualmente. No período da manhã, cobre-se a parte feminina da planta, para que não ocorra contaminação com pólen estranho. O cobrimento do pendão é realizado quando há pólen viável. No dia seguinte, o pólen coletado é depositado na espiga que foi coberta da mesma planta.

Após o período da colheita, o ciclo se repete, plantio, polinização e colheita e assim se dá o processo de geração de linhagens, com avanços de gerações de autofecundações, desde a S0 até a S7. Trata-se de um processo demorado, que pode durar até 3 anos, considerando duas colheitas por ano. Ao final do projeto, espera-se obter combinações híbridas destinadas à produção de silagem e de milho verde adaptadas visando ao aumento de produtividade e redução de custos, facilitando o acesso aos produtores”, finalizou a estudante.

Por Jane Ribeiro

Retornar à home da Revista