Preservação do meio ambiente e produção florestal

Sustentabilidade econômica — Preservação do meio ambiente e produção florestal. Esse é o objetivo da pesquisa da professora Deborah Guerra Barroso do Laboratório de Fitotecnia (LFIT) do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) na UENF. A pesquisadora informa que a adequação legal das propriedades rurais implica no plantio de árvores em pontos estratégicos da propriedade, buscando a sustentabilidade econômica e ambiental.

“Além da importância na regulação do ciclo hidrológico das bacias hidrográficas, a presença das árvores nas propriedades também beneficia lavouras, favorecendo a presença de inimigos naturais de pragas agrícolas e de agentes polinizadores. Consórcios agroflorestais, sob manejo adequado, podem resultar em aumento das produtividades agrícola e florestal, promovidas pela maior eficiência no aproveitamento de água e nutrientes e na melhoria das características químicas, físicas e microbiológicas do solo” informou.

Preservação e Produção — Além da utilização para fins de preservação ambiental, os plantios de espécies florestais nativas, com aplicação de técnicas silviculturais, permitem não apenas o atendimento da crescente demanda por produtos florestais, como garantem a conservação de espécies ameaçadas, reduzindo a pressão sobre áreas naturais.

“Importantes espécies florestais encontram-se em processo de extinção, em função da exploração para diferentes usos, entre elas está Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr., conhecida como garapa, cuja ampla utilização de sua madeira tem resultado na redução significativa de suas populações. Além do uso madeireiro, nas sementes de garapa foi detectada substância com atividade bactericida, indicando potencial de exploração não madeireira”, explica a pesquisadora.

Entretanto, a produção de mudas de espécies florestais nativas, para fins econômicos e ambientais, é fator limitante, em função da localização das matrizes, do acesso às sementes e da irregularidade de produção em condições naturais.

Desenvolvimento da pesquisa — A pesquisa desenvolvida junto ao programa de IC, pelo bolsista José Gabriel Souza Silva, tem como objetivos definir protocolos de propagação de garapa por miniestaquia, técnica que consiste no enraizamento de brotações retiradas de mudas, que tem o ápice podado para estimular a emissão destas brotações, formando assim as minicepas.

Resultados — Os primeiros resultados indicaram que a técnica da miniestaquia é viável a partir de mudas produzidas por sementes, e os protocolos estão sendo ajustados para aumentar o percentual de enraizamento e a qualidade final das mudas.

“Na próxima etapa será avaliada a capacidade de enraizamento de propágulos vegetativos de árvores adultas de garapa e posterior multiplicação por miniestaquia. Essas ferramentas auxiliarão na produção comercial de mudas, na implantação de pomares de sementes e em trabalhos futuros de melhoramento da garapa”, destacou a professora.

Por Jane Ribeiro

Retornar à home da Revista