Método analisa crescimento em setores de cidades do Norte Fluminense

Débora Gama utiliza método shift-share em pesquisa no CCT

A estudante Débora do Couto Ramos Gama, 24 anos, nasceu em São Fidélis, no Norte Fluminense, e sempre sonhou em ser Engenheira. Ela cursou o ensino médio e técnico em Mecânica no Instituto Federal Fluminense (IFF-Campos) e lembra que foi uma época de muito esforço, pois tinha que percorrer quase 100 quilômetros todos os dias, já que morava no município vizinho.

Hoje ela tem orgulho em cursar Engenharia de Produção em uma das melhores universidades do Rio de Janeiro, a UENF.

A Iniciação Científica passou a fazer parte da vida acadêmica de Débora em 2016. Em uma conversa com o professor e atual orientador, Alcimar das Chagas Ribeiro, ela recebeu o incentivo que precisava. “Ele falou sobre a pesquisa que já conduzia e eu vi que o tema tinha tudo a ver comigo. Fiz inscrição no edital e fui aprovada. Desde então, tenho crescido muito como ser humano, aprendi a respeitar prazos, a lidar com a pressão de ter compromissos a serem entregues e ainda conheci melhor este maravilhoso universo que é a pesquisa.

A IC é o melhor caminho para quem busca mais aprendizado. Foi uma grande surpresa ter ganhado o prêmio no Confict. Quando você é reconhecido pelo que faz, dá ainda mais vontade de se dedicar. Quero tentar Mestrado e continuar nesse caminho”, aposta Débora.

Conheça a pesquisa

Débora Gama atua no Laboratório de Engenharia de Produção (Leprod), no Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) em uma pesquisa que consiste em uma análise econômica da mesorregião do Norte Fluminense, a qual possui nove municípios, sendo eles: Campos, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, São Fidélis, Quissamã, Carapebus, Cardoso Moreira, Macaé e Conceição de Macabu.

Ela explica que o método utilizado é o shift-share e para pô-lo em prática foi escolhida a variável que seria analisada. A que melhor se encaixou na pesquisa foi o número de pessoal empregado (site da RAIS). “Neste site já pegamos os dados de pessoas empregadas agrupados em setores, sendo eles: Indústria extrativa mineral; indústria de transformação; Serviços industriais de utilidade pública; construção civil; comércio; serviços; administração pública; agropecuária, extração vegetal, caça e pesca.

Com posse destes dados escolhemos um espaço de tempo que fosse relevante e que já tivessem os dados disponíveis, de 2005 a 2016”, esclarece.

A análise consiste em avaliar questões como efeito estrutural – quando positivo indica que determinado setor no estado cresceu mais do que o crescimento total dos setores no estado –; e efeito diferencial – quando positivo indica que o setor cresceu mais na mesorregião do que no estado, o que indica vantagens locacionais.

“Utilizamos também o efeito alocação, que é obtido através da análise da especialização e da vantagem competitiva. Quando a região possui  superioridade, o setor irá crescer mais na região do que no estado. Este método avalia as regiões frente ao estado ou país, e diz se elas possuem dinamismo ou não em determinado setor, se o mesmo tem vantagem locacional de continuar em desenvolvimento, mostra se a região é especializada e se possui vantagem competitiva”, informa Débora.

Por Francislaine Cavichini

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