Tinta à base de óleo de mamona como barreira para proteger equipamentos da corrosão

Maria Eduarda Dias de Paiva, natural de Campos dos Goytacazes foi mais um premiada no XIII CONFICT. A estudante de 20 anos iniciou sua vida acadêmica ainda no ensino médio técnico, no IF Fluminense, de onde saiu formada como técnica em eletrotécnica. A próxima etapa foi a escolha pelo o ensino superior, que foi feita com base nas aptidões da estudante.

Maria Eduarda Dias de Paiva cursa Engenharia Metalúrgica e de Materiais na UENF

“Após sair do ensino médio, tive que escolher qual faculdade cursar, uma grande dúvida sempre surge, eu só sabia que gostava de química e era boa em cálculos. Então, com a saída da nota do ENEM, eu soube que tinha conseguido nota suficiente para entrar na UENF, no curso de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Confesso que, logo de cara, não sabia o que era isso, mas, após algumas pesquisas, eu pude perceber quão lindo era o curso e como era possível vê-lo em todas as coisas ao nosso redor.” declarou.

No começo, o maior desafio foi encarar todas as mudanças que viriam com a entrada em um ambiente completamente novo, mas Maria Eduarda conseguiu se adequar e, com muito esforço, ingressou na IC.

“No começo foi assustador, estar num lugar completamente novo, porém eu peguei todo esse meu medo e transformei em esforço, dei o meu máximo em todas matérias. Logo no segundo semestre eu pude colher os frutos disso, pois, com boas notas, tive nota suficiente para conseguir uma bolsa de Iniciação Científica.”, disse Maria Eduarda.

A estudante ainda não havia escolhido o laboratório no qual iria atuar, foi quando, por um acaso, encontrou uma oferta de bolsa no setor de polímeros, no quadro da faculdade e conheceu Magno Bessa, com quem trabalha atualmente.

“Posso dizer sem sombra de dúvidas, que a pesquisa foi a melhor coisa que me aconteceu na faculdade, onde eu estou conseguindo aprender na prática sobre a minha futura profissão, com pessoas maravilhosas que tem muito para ensinar. Hoje, penso em talvez fazer um mestrado e seguir para a área acadêmica, nunca teria pensando nisso se não fosse a UENF, então, eu só tenho a agradecer por fazer parte desse mundo fantástico e inovador.”, contou.

Conheça a pesquisa

Maria Eduarda é bolsista da FAPERJ no setor de polímeros. É orientada pelo Dr. Rubén Sánchez e trabalha junto ao doutorando Magno Bessa e à mestre Rafaela Boghi no Laboratório de Materiais Avançados (LAMAV), no CCT. O projeto intitulado “Formulação de revestimentos anticorrosivos a partir de recursos renováveis” foi premiado no XIII CONFICT. No departamento de polímeros, muitas   pesquisas   são   realizadas,   como a criação de biomateriais, criação de nano suportes magnéticos e a formulação de revestimentos (tintas), sendo essa última a pesquisa da qual a estudante faz parte.

“É necessário o uso desse revestimento pois na indústria os gastos para consertar equipamentos corroídos e para evitar a corrosão desses, são consideráveis. A corrosão não pode ser evitada, porém é possível a criação de uma barreira, por meio de uma película de revestimento entre o material metálico que se deseja proteger e o meio exterior, aumentando a vida útil do material. Além disso, é necessário propriedades antiaderentes, para evitar que haja desgaste na película com o acoplamento e desacoplamento das peças.” explica Maria Eduarda.

A criação dessa tinta tem como o objetivo criar um revestimento com base verde, renovável, a partir do óleo de   mamona,   com   propriedades   antiaderentes e anticorrosivas, para, dessa forma, proteger peças metálicas que estão sujeitas a ambientes corrosivos e são rosqueadas e desrosqueadas.

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