Parques Tecnológicos como Indutores do Desenvolvimento
Nas últimas três décadas os Parques Tecnológicos sob as mais diversas denominações consolidaram-se como um dos principais vetores de desenvolvimento no contexto da Sociedade do Conhecimento e se tornaram elementos importantes dos Sistemas Locais de Inovação. Verifica-se atualmente que Empresas Intensivas em Tecnologia constituem a base dessa “nova sociedade” e atuam como verdadeiros “aditivos” e “catalisadores” dos demais setores da economia.
Neste sentido, Parques Tecnológicos têm como missão prover a “inteligência”, a infra-estrutura e os serviços necessários ao crescimento e fortalecimento das empresas intensivas em tecnologia através de um modelo de concentração, conexão, organização, articulação, implantação e promoção de empreendimentos inovadores visando fortalecer este segmento dentro de uma perspectiva de globalização e desenvolvimento sustentável.
Apesar de sua importância reconhecida, Parques Tecnológicos (PTs) não são objetos de definições consensuais e muito menos únicas, variando na medida e proporção de seus objetivos. Por outro lado, ressalvadas distinções conceituais, apresentam características e perspectivas convergentes dentro da atual contemporaneidade: visam contribuir para o reforço da infra-estrutura local e o enriquecimento do capital social e institucional, oferecendo maior visibilidade, atratividade e trabalho em rede para fomentar a aplicação de estratégias mais amplas no campo da pesquisa, do desenvolvimento e do conhecimento.
A seguir apresentamos algumas definições de Parques Tecnológicos, considerando a visão das principais associações que congregam iniciativas vinculadas a Parques Tecnológicos e das novas legislações em torno da Inovação, Ciência e Tecnologia.
O QUE SÃO PARQUES TECNOLÓGICOS?
A IASP – International Association of Sciense Parks com sede na Espanha, congrega mais de 70 países, além de manter parcerias com associações de outros continentes, concentrando os principais esforços, em nível global, de discussão e debate no entorno do tema Science Parks. A IASP define Parque Tecnológico como:
“Organização administrada por profissionais especializados, cujo principal objetivo é aumentar a riqueza da comunidade através da promoção da cultura da inovação e da competitividade das empresas e das instituições baseadas em conhecimento a eles associadas. Para garantir que esses objetivos serão alcançados, o parque científico estimula e administra o fluxo de conhecimento e tecnologia entre empresas e mercados; facilita a criação e o crescimento de empresas de base tecnológica através de processos de incubação e de spin-offs; e provê outros serviços de valor agregado junto com espaços de alta qualidade e facilidades”.
A ANPROTEC Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores com sede no Brasil reúne cerca de 280 associados, entre incubadoras de empresas, parques tecnológicos, instituições de ensino e pesquisa, órgãos públicos e outras entidades ligadas ao empreendedorismo e à inovação. A ANPROTEC define parques Tecnológicos como:
“Complexo produtivo industrial e de serviços de base científico-tecnológica, planejado, de caráter formal, concentrado e cooperativo, que agrega empresas cuja produção se baseia em pesquisa tecnológica desenvolvida nos centros de P&D vinculados ao parque. Trata-se de um empreendimento promotor da cultura da inovação, da competitividade, do aumento da capacitação empresarial, fundamentado na transferência de conhecimento e tecnologia, com o objetivo de incrementar a produção de riqueza de uma região”.
Em 2008 a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou o Projeto de Lei nº 1.913/2008, conhecido como lei da Inovação. Esta Lei estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tecnológica, ao desenvolvimento industrial e às inovações de inclusão social no Estado do Rio de Janeiro. O texto define Parques Tecnológicos como:
“Complexos organizacionais de caráter científico e tecnológico, estruturados de forma planejada, concentrada e cooperativa, que agregam empresas cuja produção se fundamenta em pesquisa tecnológica e que sejam promotores da cultura da inovação, da competitividade industrial e da maior capacitação empresarial, com vistas ao incremento da geração de riqueza ou inclusão social”.
De maneira complementar a estas conceituações, cabe salientar características que distinguem Parques Tecnológicos de alguns termos utilizados, tais como: Parques de Pesquisa (Research Parks), Centros de Inovação (Innovation Centers) e Parques de Empresas (Business Parks)
• Parques de Pesquisa (Research Parks): a principal atividade é o desenvolvimento de pesquisa de novos produtos e processos, não sendo seu foco a manufatura, exceto a produção de protótipos;
• Centros de Inovação (Innovation Centers) ou Incubadoras de Empresas: seu foco é a criação de condições favoráveis para a concepção, início e suporte à primeira fase de crescimento de empresas, particularmente empresas inovadoras e de base tecnológica, não apresentam necessariamente relação com universidades;
• Parques de Empresas (Business Parks): empreendimentos com oferta de infra-estrutura de elevada qualidade para instalação e serviços complementares, como nos Centros de Inovação, não apresentam necessariamente relação com universidades.
A Figura 01 procura ilustrar a posição relativa e as sobreposições dentre os tipos de parques aqui comentados:
Referências Bibliográficas:
ANPROTEC-ABDI. Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições. In XVIII Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas. ANPROTEC – ABDI, 2008.
GIUGLIANI, E; SANTOS, N.; SELIG, P. Modelo de Governança para Parques Científicos e Tecnológicos no Brasil. ANPROTEC/SEBRAE, 2012.
REINC – Rede de Incubadoras, Pólos e Parques Tecnológicos do Rio de Janeiro. Proposição de uma Política Estadual de Implantação e Consolidação de Parques Tecnológicos do Rio de Janeiro. REINC, 2009.