EdUENF na Ciranda de Conversa do Festival Doces Palavras FDP

A editora da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (EdUENF) promoveu, na tarde dessa quinta-feira (7), na Casa de Cultura Villa Maria, em Campos, da Ciranda de Conversa com o tema “Divulgação Científica para Todos: Do Programa de Extensão ‘EdUENF Difundindo a Ciência'”. O evento é parte da programação do 3º Festival Doces Palavras (FDP), que, este ano, é realizado de forma descentralizada e voluntária ao longo de todo o mês de novembro.

A Ciranda de Conversa teve a participação dos pesquisadores Maria
Cristina Gaglianone, coordenadora da Revista PIBIC/UENF “Conhecendo a Ciência”, Alcimar das Chagas Ribeiro, editor da Revista de Extensão Universitária da UENF, e Karla Silva Ferreira, coordenadora do projeto “Nossos Alimentos: Traduzindo a ciência na área de alimentos e nutrição”. A mediação ficou por conta do editor-chefe da editora, Leonardo Rogério Miguel.

O bate-papo tratou dos desafios que cercam a divulgação científica, conjunto de atividades que buscam difundir entre públicos não-especializados, o conhecimento produzido dentro da Universidade. O objetivo é duplo: aproximar Academia da sociedade em geral, traduzindo pesquisas para linguagem e formato acessíveis, e chamar a atenção de talentos potenciais para a possibilidade de uma carreira nas Ciências.

Foi discutido, ainda, o papel da Extensão nessa aproximação. Um dos três pilares sobre os quais se sustentam a Universidade, de acordo com a Constituição Federal de 1988, ao lado do Ensino e da Pesquisa, a Extensão firmou-se desde cedo como uma vocação da UENF, que vem construindo, ao longo dos anos, uma relação de proximidade com a comunidade que a cerca. Processo que tem na divulgação científica elemento fundamental.

De acordo com a professora Maria Cristina Gaglianone, o trabalho vem gerando resultados. “Temos registrado crescente acesso à revista Conhecendo a Ciência, crescimento da interação nas redes sociais e da participação de estudantes nas palestras que fazemos nas escolas da cidade”, diz.

O professor Alcimar das Chagas Ribeiro afirma que “pesquisa não deve ficar na gaveta”. “O conhecimento tem que sair da Universidade. Engavetado, ele não cumpre seu papel, que é melhorar a vida do cidadão. Às vezes, pesquisas fantásticas permanecem desconhecidas, quando poderiam, por exemplo, fundamentar políticas públicas inovadoras”, pondera.

Já a professora Karla Silva Ferreira falou sobre como vem usando as redes sociais para ampliar a visibilidade do projeto “Nossos Alimentos” e até combater fake news. “Estamos transformando artigos sobre assuntos polêmicos, como a eficácia da dieta low carb, por exemplo, em vídeos e postagens no Instagram. A linguagem é simples e o material, de fácil propagação, mas nos baseamos em pesquisas fundamentadas, com mais de 20 anos”, garante.

Resistência —A terceira edição do FDP acontece em espaços e com programação oferecidos gratuitamente por colabores que abraçaram o projeto. O novo formato foi acordado pelas entidades da sociedade civil responsáveis pela curadoria do evento, após a Prefeitura de Campos, realizadora das edições anteriores, cancelar sua participação, sob alegação de falta de verba, no início de outubro.

Ao abrir espaço para a participação da plateia, o mediador, professor Leonardo Rogério Miguel, lembrou o surgimento da Ciranda de Conversa como atividade de greve, em 2016, e falou brevemente sobre o caráter de resistência da terceira edição do FDP, que acontece a cada dois anos, intercalado com a Bienal do Livro.

“A Ciranda de Conversa surgiu durante a greve de 2016, como uma forma de discutir temas sensíveis de maneira franca. Queríamos estabelecer um diálogo a respeito de assuntos provocantes sobre a Universidade. A partir de 2017, o formato foi incorporado à programação do FDP. Naquele ano, foi bastante divertido. Tínhamos tendas instaladas nas imediações da praça do Liceu e pudemos levar as ações de divulgação científica diretamente ao público. Esse ano, a Prefeitura não se dispôs a realizar o evento. Mas, não vamos deixar o espírito do Festival e da Ciranda morrer”, finalizou.

Texto: Marcos Curvello

Fotos: Flávia Wernwck e Vanessa Nascimento